Armageddom †

Vergonhosamente piegas
Algo que nunca fiz - e tenho preconceitos contra mim mesmo por estar fazendo -: uma listinha de como foi esse ano pra mim. Eu acho que essa coisa de ano serve pra gente se situar no conceito de tempo, mas não na vida. Prefiro achar minha vida ininterrupta, ou nova a cada dia, não importa, tudo isso é apenas bobagem e acho que dia primeiro de janeiro é só mais um dia seguinte (a gente sempre percebe isso lá pelo dia 10). De qualquer forma quero falar sobre o que foi esse ano. Já disse que meu ano passado foi um lixo e também seu anterior? Talvez fosse por causa da minha procura sem fim... é difícil admitir mais uma vez uma coisa vergonhosa, mas eu procurava alguém. Eu quis ser madura e procurei por mim mesma: encontrei, perdi, encontrei, perdi novamente. A gente sempre faz um movimento de translação elíptica a nossa própria volta, nós mudamos. Mas eu estava ali acessível, ainda faltava companhia para eu me sentir ainda melhor. De que adiantaria eu me ter, como a um objeto valioso, e não poder exibir-me? Não estava satisfeita. Esse ano eu encontrei. Por isso acho que ele foi melhor. Também cresci muito com tudo isso (eu sempre cresço, afinal), saí do meu lugar estagnado e vi coisas novas... Mas o que eu ia dizer é que é tudo muito estranho. Eu não vejo esse ano como um encontro da mulher da minha vida (urgh!, blergh!, argh! =þ), realizações de sonhos, sei lá... Eu vejo esse ano como aquela coisa ininterrupta da qual falei já. Eu disse isso ao Daniel: pra gente nunca houve primeira vez. Nunca, é sério! Acho que houve talvez a primeira vez que falei com ele por icq, mas isso é distante e nem parece ter sido nós. Eu disse aqui, ele foi o único que beijei assim num primeiro encontro sem ter sido ameaçada de morte antes, e foi tão instantâneo! Não houve primeiro beijo embora eu tenha anotado como foi e de como eu fiquei chocada por ser na frente da Hi Happy com criancinhas vendo. Todas nossas primeiras vezes pareciam já ter sido tantas! O abraço, o encontro, o beijo, os risos, as lágrimas e confissões... nada novo. E de repente em poucos meses (quantos são?, droga, já esqueci!) estamos juntos como se fossem anos, e tão acostumados já um com o outro que é quase ridículo ter que ir embora pra casa! Sei lá, é estranho como ele simplesmente se incorporou a minha vida e esse ano simplesmente eu não sinto que encontrei nada, mas foi um ano... inútil, como todos os outros. E não, não acredito em almas gêmeas, não estou apaixonada (urgh!, blergh!, argh! =þ), o que eu sinto é psicológico (não que não exista, mas eu crio) e talvez eu acredite em "reencarnações", átomos de outros corpos mortos (de zebras, cavalos, banana com aveia, havaianas) que se perdem e formam um corpo novo (fisicamente possível). Não creio que já tenha encontrado Daniéis em outras vidas (nisso eu não acredito), acho só que tudo isso acontece porque nós somos muito parecidos e temos costumes de casa quase iguais (do tipo ter mães muito parecidas que aproveitam nossos restos babados de balinha, pirulito ou comida). E que mais? Esse ano eu aprendi a escrever. Os outros anos eu tentava, até conseguia, mas a gente sempre dá uma melhoradinha. Um texto meu ("Como se deu a evolução humana", lembram-se?) foi publicado no Digestivo Cultural. Foi resumido e modificado de uma forma que não gostei muito (a parte da apendicite e outras redundâncias têm me assombrado antes de dormir), mas fiquei com preguiça de palpitar (que o Julio Daio Borges me perdoe por isso, ele foi muito legal comigo). De qualquer forma, serei publicada em um jornal (virtual, mas é) e isso realmente é um bom começo. Só fico triste de não conseguir demonstrar a empolgação de iniciante que realiza o maior sonho de sua vida, mas fazer o quê se de repente as coisas parecem não ser mais novidade? Vai ver isso de não ter começos não se resume só ao Daniel. Estou com dois contos na cabeça e um inclusive que pode se misturar a outro que escrevi e formar um livro. A preguiça venceu e eu preferi jogar Mário. Estou no sexto mundo já! E pra quem quiser ver meu texto publicado, clique aqui (é pra clicar no "clique aqui"). Reparem só na assinatura: "Marcely Costa Curitiba, 3/12/2004" Amém. (=D Não vou avisá-los do erro, que fique pra dar sorte!)Marcely postou às 01:27:55 Can you say something?
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Comentários (8)
quinta-feira, 2 de dezembro de 2004
Argumentos pra parar de argumentarTem uma frase de Oscar Wilde que eu até já citei num dos meus posts: "só os tolos se conhecem por completo", mais ou menos isso. Concordo, a gente está sempre em constante mudança e somos complexos demais pra se conhecer inteiramente. Eu adoro me conhecer bastante. O que sei é que agora estou meio estranha novamente pra mim, já estou cansada de opinar e argumentar. O que são os argumentos lógicos? Nada. Eu leio o comentário de vocês que discordam e penso em responder, mas pra quê? Todos têm uma opinião, como eu, a qual não traem enquanto souberem argumentar logicamente. Acho que argumentos são sempre possíveis e não provam nada. Provas são cálculos e amostras, coisas muito longe de mim que não sei calcular e tenho péssima memória visual. Pensei em dizer apenas que não quero provar que existe ou não deus, que não tenho fé de que ele não exista, apenas tenho a seguinte opinião: "Yaguawaki", eis uma palavra que acabo de inventar. Agora provem se ela existe ou não. É ou não é inútil se matar por causa de uma "Yaguawaki"? Yaguawaki pode ter sido inventada, mas quem inventou Yaguawaki? Onde ela começou? Diz em O Mundo de Sofia: "Um dia alguma coisa deve ter surgido do nada", algo assim. Eu simplesmente não acho que tenha havido nada, se houve nada, então houve alguma coisa, ué! Não faz sentido, pra mim tudo e nada foram erros de vocabulário. Num copo vazio não não existe nada, ainda existe ar, se é vácuo ainda existe o vácuo, um cego vê escuridão, não não vê nada! Nada é algo relativo, depende do que você está procurando, pois sempre há alguma coisa. Nada é nada em absoluto. De alguma forma tudo e nada acabam se fundindo, se contradizendo, se diluindo, se desaparecendo. Já escrevi um post sobre isso, desculpe quem já leu a minha chatice repetitiva.