sexta-feira, dezembro 17, 2004

Tantas coisas legais para escrever e eu escrevo logo isso!Contraditório todo mundo é, e eu nunca neguei que eu fosse, muito pelo contrário. Só que ontem tentei explicar as mudanças das quais eu gostaria e percebi que tudo era um labirinto que levava ao mesmo lugar. Se não há nada para explicar, mudar, aprender, a vida não vale mesmo a pena. E disso eu já sei faz tempo! O que vou escrever hoje pra vocês, para mim, para o blogger, para o ar? Adianta dizer minhas opiniões e defendê-las? Não. Pensar é o início da contradição, é o que há de errado em nós, e mesmo que eu diga isso quero que todos pensem. Talvez a única coisa de inteligente que eu pudesse fazer seria me filiar ao greenpeace, virar vegetariano e defender aqueles que realmente merecem ser protegidos. Eu não sei dissimular, ou, ao contrário, dissimulo para mim mesmo. E se minha personalidade foi formada aos seis anos de idade, como dizem os psicólogos, e eu, por influências, fui mudando e colocando máscaras por cima de máscaras para atender aos valores dos que eu seguia? Então nada do que eu defendi aqui foi verdadeiro. Eu já gostei de prata, de azul de turquesa e depois vermelho. Antes eu odiava vermelho, agora eu odeio rosa. São somente cores! Eu gosto e detesto tudo. Eu dizia gostar de tardes ensolaradas e marron five-ainda gosto um pouco eu acho - . Hoje eu adoro noites frias – ainda que primaveris – como as noites brancas de Dostoievski. Talvez a gente seja aquele grande animal despersonalizado que só é alguma coisa por necessidade de convivência: os humanos. Talvez minha essência – e a de todo mundo – seja apenas aquela de recém-nascido, de quando nenhum contato tinha tido algum efeito sobre minha personalidade que era nula. E eu digo tudo isso ao som da minha consciência que diz: “Ninguém está interassado em saber”. Nós só nos importamos conosco, então vocês estão lendo para vocês e não para mim. Eu estive pensando tanto sobre isso que cheguei à conclusão de que talvez acreditar somente em egoísmo seja exagero e não a Verdade. Então a poesia não foi tão verdadeira: Olha só como eu tenho andado nesses dias... Tenho pensado em você na minha vida Não consigo tirar você da minha cabeça Acho que o meu coração é seu, Mas minha mente ainda é minha. Abra e veja. Como é linda essa imagem Tem anjos e diabinhos no meu misto de luz e trevas Repare melhor, não é lindo? Não é nada disso! Pode ficar para você, mas lembre-se que ainda é meu. E lembre-se também de mostrar a todo o mundo. Tão bom tocar-te, repare na mão que te acaricia Repare no meu anel brilhante. Tão bom aconchegar-lhe nos meus ombros. Veja só como meu ego é valioso. Tenho pensado em você na minha vida, Não consigo esquecê-lo(a) nem por um dia Pensei em te dar de presente uma lente de aumento Que aumentasse minhas virtudes e bondades para você e para mim E não se esqueça: o meu amor é egoísta, Mas meu egoísmo é altruísta. (O autor da poesia –, que na verdade é uma musiquinha que ele inventou no meio do banho –, ficou com vergonha de assinar). Depois de já ter nascido Dostoievski e Augusto dos A njos minha existência tornou-se inútil, mas eu não digo sempre ser? Eles explicaram e sabiam muito melhor tudo o que tento explicar e sei. Ao som de: “I’m so ugly, that’s ok ‘couse so are you”. Uma das minhas músicas preferidas do Nirvana. Quem não tem alucinógenos caça palavras, assiste isso , joga Mário, dorme ou come compulsivamente. E eu já dormi 14 horas hoje (acordei 8 horas da noite).

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