sábado, novembro 17, 2007

http://www.aldinaduarte.com/blog/?m=200701

http://www.aldinaduarte.com/blog/?m=200701

palavra

(…)
Há em ti uma palavra uma palavra impronunciada como a palavra pedra
*
Morremos da pedra da palavra única - essa imagem essencial que vivia no fundo de nós e que era a única presença que nos mantinha no mundo
*
É a palavra dos outros que te dá um corpo
*
Não é para ti que as coisas olham Não é para ti que o mundo está voltado
*
Tu já estás no coração do mundo quando a tua mão
pousa sobre uma pedra
*
É sempre o nosso olhar que vemos sobre as coisas e não o que elas são
*
O longínquo nunca está atrás do horizonte mas no interior do teu corpo é o próprio corpo
*
Quando nos calamos julgamos viver sem as palavras qaundo afinal estamos pelo silêncio mesmo no corpo do seu apagamento
*
Será a voz dos outros que dá ao teu silêncio um lugar
*
E se estivesses presente no mundo só para que nasça essa forma invisível que está na nossa voz Esse corpo aéreo
*
Quando apertas na mão uma pedra és tu que te apagas e é ela que cresce
*
Ocupas o lugar de uma palavra uma palavra que só pode ser dita ao nível do corpo


jean-louis giovannoni


Jean-Louis Giovanonni (1950-?)

Ergue os olhos !


estas me ouvindo onde te encontrares ..
as nuvens vão subindo ...!
Vês...?
O sol vai rompendo as nuvens que dispersam
Estamos saindo das trevas para a luz !
vamos em um mundo novo
Um mundo melhor
Em que os homens estarão acima da cobiça , do ódio e da brutalidade
Erga os olhos !
A alma do homem ganhou asas e enfim começa a voar ..
voa para o arco-íris ..
para a luz da esperança !
Para o futuro , o futuro glorioso !
o futuro que pertence a você a mim e a nós !
Ergue os olhos !

O Ultimo Discurso de "O Grande Ditador" .....


O Ultimo Discurso de "O Grande Ditador"

Sinto muito mas,

não pretendo ser ditador ...
Não é este o meu ofício...
Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja !
Gostaria de ajudar a todos se possível !
Judeus , o gentio , negros .. brancos ...
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros .
Os seres humanos são assim ,
desejamos viver para a felicidade do próximo e não para o seu infortúnio , nós não queremos odiar ou desprezar uns aos outros ?
Neste mundo há espaço para todos .
E a boa terra , que é rica pode prover todas as nossas nescessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza ...
Porém nós nos extraviamos a cobiçca e a ambição envenenou a alma dos homens, ergueu as muralhas do ódio ao redor do mundo, e tem-nos feito marchar a passos de ganso para a miséria e o mosrticínios
nos atirando dentro da miséria e também do ódio.
Desenvolvemos a época da velocidade masnos enclausuramos dentro dela e nos fechamos em nós mesmos.
A maquina , que produz em amundância tem nos deixado em penúria .
As máquinas que trouxeram mudanças nos deixaram desamparados.
Nossos conhecimentos nos deixaram cínicos, fizeram-nos céticos .
Nossa inteligência nos deixou duros e , empedernidos ,impiedosos. Cruéis!
Nós pensamos demais e sentimos muito pouco.
Mais do que maquinaria, nós precisamos de humanidade.
Mais do que inteligência, precisamos de bondade e compreensão ; de afeição e de doçura !
Sem estas virtudes a vida será violenta e tudo será perdido.
O aeroplano e o rádio nos trouxeram mais próximos. A próxima natureza destas coisas é um apelo à bondade do homem .
Um apelo à fraternidade universal ...
A união de todos nós."

Neste momento a minha vóz chega a milhões de pessoas mundo afora milho~es de deseperados , homens , mulheres , criancinhas , vitimas de um sistema que tortura humanos e encarcera inocentes .
Aos que podem me ouvir eu digo :
"Não deseperais ! A desgraça que tem caído sobre nós , não é mais que o produto da cobiça e da agonia da amargura de homens que temem o progresso humano .
O ódio destes homens desaparecerá e ditadores morrerão E o poder que eles tomaram do povo irá retornar para o povo . E assim , enquanto morrem os homens a liberdade nunca perecerá .
Soldados ! Não vos entregueis a estes brutais homens que te desprezam e te escravizam que ditam vossos atos , que dizem o que fazer , o que pensar , e o que sentir, que vos fazem marchar ao mesmo tempo que vos tratam como gado e os usam como bala de canhão , não se deêm a eses desumanos !
Homens-Máquinas ,
com mentes-máquins e corações-máquinas ...Vocês não são máquinas , vocês não são gados
Vocês sâo humanos ! Vocês têm o amor em seus corações !
Não odieis ! Só odeiam os que não se fazem amor . Os que não se fazem amar e os desumanos !
Soldados ! Não batalheis pela escravidão ! Lutem pela liberdade!
No 17 º capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do Homem , não em um homem , não em um grupo de homens , mas em todos os homens !
Está em vós !
Vós , o povo , tendo o poder !
O poder de criar máquinas ,
o poder de criar felicidade ...
Vós o povo tendes o poder de criar vida livre e bela
De fazê-la umaaventura maravilhosa ...
E então , em nome da democracia vamos usar este poder
Unamo-nos todos nós !
Vamos lutar por um novo mundo
um mundo decente .. Que dê ao homem uma chance de trabalhar
que dê futuro a mocidade e segurança à velhos!
É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder
Mas , eles só mentem , não cumprem o que prometem , jamais cumprirão !
Os ditadores liberam-se porém escravizam o povo , lutemos agora por esta promessa , lutemos agora para libertar o mundo , para acabarmos com as fronteiras nacionais ..

Dar fima à ganância , o ódio e a intolerância !
Lutemos por um mundo de razão ! Um mundo em que a ciência e o progresso nos guiem à felicidade de todos os homens
Soldados !
Em nome da democracia ! Unamo-nos !"


(Chales Chaplin)

'The Road not Taken' : A estrada menos viajada


A estrada menos viajada

'The Road not Taken'

Duas estradas divergiam em um bosque em setembro
E lamentando não poder seguir em ambas vias
E sendo único viajante, durante muito tempo me lembro olhei para uma tão longe quanto eu conseguia
até onde ela dobrava na descida e sumia
Então peguei a outra, parecia boa e vasta
e fosse talvez a mais atraente
pois estava coberta de grama precisando ser gasta
embora aqueles que passaram na frente
tivessem gastado ambas quase igualmente
E ambas que aquela manhã igualmente fez
cobertas por folhas, pegada alguma a manchar
Oh, deixei a primeira para outra vez!
Mesmo sabendo como um caminho leva a caminhar
duvidei se iria algum dia voltar
Devo estar contando isso com a alma cortada
Em algum lugar, há uma distância de tempo imensa:divergiam em um bosque duas estradase eu escolhi a menos viajada
e esta escolha fez toda a diferença.

(Robert Frost)

"E porque é estreita a porta e apertado do caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem." (Mt 7.13)

sobre meus livros



"A palavra é o dejeto do pensamento.

Cintila.

Cada livro é sangue,

é pus, é excremento.

É coração retalhado,

é nervos fragmentados,

é choque elétrico,

é sangue coagulado escorrendo como lava fervendo pela montanha abaixo"


(autor desconhecido )

quinta-feira, novembro 15, 2007

vai coração






Vai Coração...

Vai, coração..
Voa neste espaço infinito,
deixa de sangrar dentro do meu peito,
busca encontrar teu par,
para se fazer feliz,
para poder Amar..

Vai, coração..
já sequei minhas lágrimas,
pela dor deste amor sofrido,
distante, não correspondido,
na medida deste meu querer,
toma conta de mim o desatino..

Vai, coração..
busca encontrar teu par,
não quero mais chorar a dor,
não mais quero a tristeza,
que te faz sangrar,
já se faz tempo de cicatrizar
as dores dos desamores,
quero-te feliz, meu coração,
pois assim estarei eu também..

Vai, coração..
és liberto para encontrar teu par..
Ama..
Vive..
Sente ..
Pulsa forte dentro do meu peito,
faze-me acreditar, que,
ainda há tempo,
tempo para
Amar..!!

Thais S Francisco
"beijaflor"


Quando você voltar




Quando você voltar



( Legião Urbana )

__________________

Vai,
se você precisa ir
Não quero mais brigar esta noite
Nossas acusações infantis
E palavras mordazes
que machucam tanto
Não vão nos levar a nada,
como sempre

Vai,
clareia um pouco a cabeça
Já que você não quer conversar
Já brigamos tanto,
mas não vale a pena
Vou ficar aqui,
com um bom livro
ou com a TV
Sei que existe alguma coisa incomodando você







Meu amor,
cuidado na estrada
E quando você voltar
Tranque o portão
Feche as janelas
Apague a luz
E saiba que te amo!!!

terça-feira, novembro 13, 2007

deem uma olhada na página: alemdoarcoiris2.blogspot.com/
e as fotod de ....: www.pacamanca.com/?m=200406

a viagem , ou quando teremos de saltar !


A viagem , ou quando teremos de saltar !




Li algum tempo atrás li um livro que comparava a vida a uma viagem de comboio.
Uma leitura extremamente interessante, quando bem interpretada.
É assim mesmo, a vida não passa de uma viagem de comboio,
cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, ou...
agradáveis surpresas em muitos embarques e grandes tristezas em alguns desembarques.
Quando nascemos, entramos nesse magnifico comboio e nos deparamos com algumas pessoas, que julgamos, estarem sempre nesta viagem connosco: os nossos pais.
Infelizmente isso não é verdade, em alguma estação eles desceram e nos deixaram órfãos do seu carinho, amizade e companhia insubstituível.
Isso porém não nos impedirá que durante o percurso, pessoas que se tornarão muito especiais para nós, embarquem.
Chegam irmãos, amigos, filhos e amores inesquecíveis!








Muitas pessoas embarcarão neste comboio apenas de passeio, outras apenas encontrarão tristezas e outras ainda circularão por ele prontos a ajudar quem precise.



Vários dos viajantes quando desembarcam deixam saudades eternas, outros tantos, quando desocupam o seu lugar, ninguém sequer percebe.
Curioso é constatar que alguns passageiros que se tornam tão caros para nós, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos e somos portanto obrigados a fazer este percurso separados deles, o que não nos impede é claro que possamos ir ao seu encontro.
No entanto, infelizmente, nunca poderemos sentar-nos ao seu lado, pois já haverá alguém a ocupar esse lugar.
Não importa, é assim a viagem, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas, mas nunca com volta. Faremos essa viagem então, da melhor maneira possível, tentando relacionar-mo-nos bem com os outros passageiros, procurando em cada um deles o que tiverem de melhor, lembrando-nos sempre que em algum momento eles poderão fraquejar e precisamos entender, porque provavelmente também fraquejaremos e com certeza haverá alguém que nos acudirá com o seu carinho e a sua atenção.
O grande mistério afinal é que nunca saberemos em qual parada desceremos, muito menos nossos companheiros de viagem, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.




Eu fico a pensar se quando sair deste comboio sentirei saudades. Acredito que sim, separar-me de muitas amizades que fiz será no mínimo doloroso, deixar os meus filhos continuarem a viagem sozinhos será muito triste com certeza... mas agarro-me à esperança que em algum momento estarei na estação principal e com grande emoção os verei chegar.
Estarão provavelmente com uma bagagem que não possuíam quando embarcaram e o que me deixará mais feliz será ter a certeza que de alguma forma eu fui um grande colaborador para que ela tenha crescido e se tenha tornado valiosa.
Amigos, façamos com que a nossa estadia neste comboio seja tranquila, que tenha valido a pena e que quando chegar a hora de desembarcarmos, o nosso lugar vazio traga saudades e boas recordações para aqueles que prosseguirem a viagem!!

vai...

Vai(...)
Podes ir embora antes que a chuva caia
Vai(...)
Leva pra longe o teu orgulho
Agora vai
Não tenhas medo,
vái em frente
Sem olhar pra trás
Vai(...)
Só deixa a porta encostada,
por favor
Quem sabe assim por ela
entre um novo amor
E me devolva o sossego e
a minha paz
(...)

passeando por mim


Ultimamente tenho andado para além de irritado, cansado ,aborrecido entres tantos outros estados de espirito, um pouco introspectivo em relação ao pouco que o mundo da Internet "me trouxe"... Quando relembro de certas situações por vezes penso para mim mesmo e pergunto "Que raio de mundo é este que nos inunda a vida e nos traz tanto surpresas "boas", como surpresas que no final, se calhar foram erros totais, ilusões perdidas, mas nenhuma delas sentida como perda de tempo, apesar de tudo o que possa ter acontecido...?!"
Já passaram várias pessoas pela minha "netlife"... e pela minha "realitylife"...

Hoje sinto-me ...... um pouco triste, vejo que as amizade estam-se a esgotar, que nada é como antes. Hoje em dia apenas trocamos meia dúzia de palavras...faltará pouco para que daqui nada apenas digamos um simples “olá”...ou se calhar nem isso diremos... Onde estão todas aquelas palavras?! Onde está aquela pessoa que tinha sempre assunto, nem que fosse o mais estapafúrdio?! Onde estão aquelas horas e horas a falar?! Onde está tudo?! Porque estamos a permitir que tudo o que construímos, seja levado pelo vento, seja evaporado pelo sol...sem deixar rasto algum de alegria?! Porque estamos cada vez mais distantes...até parece que nunca nos conhecemos, que nunca tivemos nada, e no fundo tivemos e muito...


Como eu te queria como antes...? Sinto-te a fugir por entres os dedos, tal como a areia da praia e não sei o que fazer... apenas não quero que esta amizade que desfaça ao um ritmo alucinante, que teima em levá-la...e estou a ver que não consigo impedir...

" No Voo De Uma Lágrima "












" No Voo De Uma Lágrima "



Nasci de um pedaço de espelho
Que reflectia uma lágrima tua
Que se transformou em ave e voou
Para bem longe de mim,
Levando-te com ela.
Busco-te nas memórias que não são minhas,
São nossas!
Busco-te na esperança de deixar de existir um eu,
Para viver um nós!
Calo-me nas minhas próprias perguntas,
Dando respostas mudas aos chamamentos do destino.
Sigo-te na sombra do passado,
Com asas de lágrima e plumas de dor!
Se te esqueço temo cair,
Sem rede que me resguarde do vazio profundo do teu ser.
Afogar-me-ei na tua imensa presença
Se um dia fechar os meus braços ao teu corpo.
Mas tudo são lembranças
Na linha ténue de uma maré há muito ida…
Tudo são gritos de alguém que há muito se calou
Na escura noite de um beijo…
Protejo-me, então, na caverna que fomos nós
E faço do gelo que aqui cresce o meu espelho,
Nele vejo as minhas lágrimas,
Esperando que um dia uma delas voe
De regresso a ti...

domingo, novembro 11, 2007

11111!



ensaio de David Lynch



"I like darkness and confusion and absurdity, but I like to know that there could be a little door that you could go out into a safe life area of happiness."David Lynch

-

" Eu gosto da escuridão , da confusão e do absurdo , mas eu gosto de aprender aquilo que pode abrir uma portinha e que pode fazer você sair e adentrar a salvo na área de uma vida de felicidade!"


ensaio de David Lynch


---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
:: ainda :::: blogspotting ::alguém perdeu o meu blog e o achou. di-lo o sitemeter, que alguém foi ao google procurar por mim.não é que eu goste de falar nos assuntos da praxe [por esse motivo nunca falei dos incêndios, nem do 11 de Setembro, nem dos escândalos políticos, nem da teoria da universidade inglesa que afirma que lemos as palavras como um todo. para quê?, se todos falam?]. mas este é uma excepção. nunca ninguém veio parar ao little black spot como resultado de buscas duvidosas. ou há-de-ser a tradução da letra X, ou então isto mesmo: 'little black spot blog'.
"-------------------------------------------------------------------------------------

:: que será da natureza do mal? ::

Um belíssimo texto, dos melhores que tenho lido, sobre a dualidade da natureza do mal:
<< :: que será da natureza do mal? ::será que alguém pode ajudar a natureza do mal? Ironicamente, algo de demoníaco parece ter-se apossado do template que agora tem vontade própria e anda sozinho a fazer estragos. um pedido de auxílio a quem perceba de exorcismos eletrônicos, se faz favor ! >>posted by saturnine
"-------------------------------------------------------------------------------------

...


"-------------------------------------------------------------------------------------


por motivo de um lirismo inconseqüente, um dia achei-me folha caída. é incontornável, sou um filho do Outono e Inverno ... E o que antes me inspirava medo, discretamente se acomoda agora em pressentimento de que talvez tudo esteja certo... Que talvez Outubro venha e reencontre o que de mim ficou perdido pelas veredas do verão.

"-------------------------------------------------------------------------------------

Custa-me por vezes ainda a falta que me surpreende em certos momentos, tanto que me obriga a trazer um cobertor ou uma manta pelos ombros em pleno Setembro, como se o calor lá fora fosse um mero engano, um desencontro com a realidade do frio dentro deste corpo-crisálida, amedrontado e espectante de qualquer coisa.

"-------------------------------------------------------------------------------------

A pele



Agora tu vais, e leva o coração nas mãos.

Protege-o das intempéries, que se avizinha o frio do inverno e a chuva não é um lugar feito para os músculos cardíacos.

Vais e depois, quando eu olhar para as tuas costas à distância, terás partido para sempre - eu que fingi não estar quando a tua sombra assomou à soleira da minha porta.

Vais e não mais teremos um céu que nos cubra aos dois, nem a norte nem a sul.

Vais, porque o nosso tempo acabou, muito cedo foi tarde demais, e esse coração que levas na mão não resistirá ao frio e à chuva, mais um ano ou dois em silêncio, até que eu sofra de novo o inconveniente de lembrar-te.

Estou a aprender. mas ainda só os mortos sabem morrer.

"-------------------------------------------------------------------------------------
http://noite.do.sapo.pt/2007_01_01_arquivo.html
http://noite.do.sapo.pt/2007_01_01_arquivo.html

:: Isto é ::

"-------------------------------------------------------------------------------------
sinto falta do dia em que senti falta de ser criança. agora creio poder dizer estar preparado para que o Outono venha.
Tenho comigo: " A Árvore e A Floresta, de Sophia de Mello Breyner."Não sei exatamente o que é recuperar uma infância perdida . Sei que leio contos quase infantis de vez em quando volto a isto.
quando acontece o cansaço que me impede de concentrar-me em mais do que duas linhas de leitura. Ou a grandes clássicos da literatura à minha disposição, cansaço mínimo garantido..!

"-------------------------------------------------------------------------------------

:: Há magia por dentro do que vive! ::


"---------------------------------------------------------------------------------

:: Há magia por dentro do que vive,

o próprio desencontro reafirma a eternidade que sonho :: Não se trata de vida poetizada, nem de metáforas inacessíveis aos arrepios do corpo: é bem real a poesia intrínseca das coisas em certos momentos, e o rigor com que a alma regressa complacente ao lugar que ocupa dentro do corpo. Nada poderia (a)pagar o dia de hoje. Tudo está no lugar em que deveria estar ,até o amor desmembrado, desastrado, adormecido sob a memória do sol . As horas são mansas para com o ardor latente, ao contrário do hábito das minhas noites inflamadas. Tudo repousa, e só uma levíssima aflição que quase dói me distrai. O silêncio hoje tornou-se livre e não tenho medo. Não sei porquê, mas já não tenho medo. Como vêem, uma palavra na hora certa pode ser, mais do que balsâmico, quase redentor.
"---------------------------------------------------------------------------------

......! Arrisco


"------------------------------------------------------------------------------------- ......................................................

Arrisco
tão só esgravato
a terra com as unhas

sujas cortadas pobres
mas é na pedra que risco
que deixo o sangue
e pedaços de pele
o pouco de mim que
sobra para gastar
num vôo rente ao chão
porque é precário ainda este solo
de urzes e cardos entrelaçados
e eu aqui esperando flores.
by :saturnine
......................................................

"-------------------------------------------------------------------------------------

de traço
em traço
me perco
e refaço
do refaço
faço o traço
do traço faço
o risco onde
me arrisco

(Cássio Amaral e... Cintia Simões Santiago)
"-------------------------------------------------------------------------------------

:: que farei quando tudo arde? ::



:: que farei quando tudo arde? ::


esta noite, o suspiro que não se ouve no alto da montanha. a criança corre de joelhos esfolados perseguindo o cheiro a bolos quentes. caída ao lado, a bicicleta que nunca usou. não vejo traços de bonecas, não recordo o odor da madeira do velho teatro, invento uma janela com vista para o prado onde se esconde o verde dos olhos que um dia me esperaram. joga-se à cabra-cega com a memória. não tenho nada para dizer senão o engano do que não fui. e por isso mesmo, tudo arde o seu fogo fértil.

"-------------------------------------------------------------------------------------

DESIRES ( DESEJOS )




"---------------------------------------------------------------------------------


Procurei a página do Ithaca apenas para me situar, para me certificar que estáva lá. mas o primeiro poema que li foi este:

DESIRES


Like beautiful bodies of the dead who had not grown old

and they shut them, with tears, in a magnificent mausoleum,with roses at the head and jasmine at the feet -that is how desires look that have passedwithout fulfillment;

without one of them having achieved

a night of sensual delight, or a moonlit morn.


"---------------------------------------------------------------------------------



DESEJOS

Gosto do lindos corpos dos mortos que não amadureceram ...

Cerrados , com lágrimas , em um magnifico mausoléu ,Com rosas e jasmins

da cabeça aos pés –aquilo é como desejar olhar aquela que tem "feito a passagem "

sem satisfação ; sem ter a execução de

uma noite sensual de deleite , o luar ou luz da manhã.


"-------------------------------------------------------------------------------------


[certas coisas apenas se sucedem porque, no que à escrita diz respeito, não podem acontecer em simultâneo.]


"-------------------------------------------------------------------------------------

sábado, novembro 10, 2007

imagens para complementar depois!





































Suspiros



Un suspiro más,
otra pequeña felicidad
escapando con este.
Vivo entre suspiros,
susurrando mi vida en ellos,
dejando escapar la alegría con ellos.
¿Por que los suspiros son tan malagradecidos?
, uno los guarda en el fondo de su ser,
los alimenta,
los hace crecer y
cuando al fin se les deja libres
los muy desgraciados se llevan consigo a la tan escasa alegría...
Mis dulces suspiros,

se me va la vida en ellos,
ya suspiro sin darme cuenta,
ya pierdo la vida sin notarlo.
Mis suspiros que viajan a través del aire
para irse a reunir a la luna,
para formar una bella reunión de recuerdos perdidos.
Mis suspiros que viajan a tu lado,
que son por y para ti,
aquellos en los que se van
mis esperanzas de amor.
Un suspiro más,
tratado de ser disimulado
por un malogrado bostezo,
un parpadeo más,
una pequeña lagrima formándose
y quedando atrapada
por mi débil miedo a llorar,
otro suspiro y la lagrima escapa
pese a mis esfuerzos.
Un suspiro nuevo
ahora en honor de
la lagrima perdida...
______________
20-02-06
Rosa Negra
Publicado por Rosa Negra em:


blur


dizes-me meu amor:
"vivemos cercados de eternidade e não temos tempo"?.
E assim passamos ao lado de tudo guardando não mais que um efeito blur?.
O damásio diz que as imagens dos objectos e dos acontecimentos, e ainda as palavras ou as frases que os referem, nos ocupam quase toda a nossa memória.
Talvez tenha razão e, talvez avancem ainda pelos nossos sentimentos e emoções.
Mas não Guardamos nada de muito nítido quando nos preparamos para adormecer.
A representação mais próxima desse túnel pré-narcótico encontrei-a no museu do chiado , no azilo da alma em , Vermeer, e em ti ...

::A espuma dos dias ::


"-------------------------------------------------------------------------
A ESPUMA DOS DIAS
uma enorme floresta submersa.
O suave movimento das árvores é exagerado pelas páginas nelas penduradas num baile que se avista de longe.
A luz é intensa aqui e estranhamente ausente ali ao lado.
As palavras rasgam correntes que apenas se detectam pela difracção da luz que atravessa os caminhos.
Um coro de cavalos marinhos entoa canções da rive gauche (orla esquerda ).
Um enorme navio passa à superfície mas apenas se nota a agitação das águas que resulta da mão da Sarah brincando com as ondas.
E é assim que eu leio a espuma dos dias.


"------------------------------------------------------------------------------

quinta-feira, novembro 08, 2007

Do código das cores


"-------------------------------------------------------------------


Pergunto o que sentias
Perguntava o que sentias
E falavas em cores ,
E quanto gostavas de mim
E descrevias amarelos ,
brilhantes ou mate ,
consoante os dias
Variando com as horas
Nunca compreendi
a língua das tuas cores
até ao dia em que ,
sem palavras ,
achei vermelho ,
recitei verde e
pensei azul
Sim ,
azulo-te !
"-------------------------------------------------------------------

Vol d’oiseaux (Vôo das Aves )


"----------------------------------------------------------------------------------
Vol d’oiseaux

(Vôo das Aves )


sempre te vi em movimento.
Observei-te quedo e imaginei o mundo visto desse vôo tão harmonioso.
Agora que finalmente encontro asas nas palavras,
pareces-me imóvel num salão em silêncio.
Procura a menina que tem um pássaro no lugar do coração...
E vem daí para
um pas de deux. ( passo de dois )

"----------------------------------------------------------------------------------

"----------------------------------------------------------------------------------

...

MUNDO IMAGINADO



"---------------------------------------------------------------------------------- http://mundoimaginado.blogspot.com/








Amie des heures où aucun être ne reste, où tout se refuse au coeur amer; consolatrice dont la présence atteste tant de caresses qui flottent dans l'air, si l'on renonce à vivre, si l'on renie ce qui était et ce qui peut arriver, pense-t-on jamais assez à l'insistante amie qui à cotê de nous fait son oeuvre de fée.


--------------------------------------------


consoladora das horas em que todos se foram, em que tudo foge do coração amargo, a sua simples presença atesta que no ar pairam todas as carícias. quando perdemos o gosto de viver, ou renunciamos à vida, ao que foi e ao que pode ainda ser, alguma vez atentamos, como devíamos, na amiga persistente que, a nosso lado, faz trabalhos de fada?

------------------------------------------------------------



Frutos e apontamentos Rainer Maria Rilke tradução de Maria Gabriela Llansol relógio d'água, 1996. "


::Os filhos do inverno ! ::


"--------------------------------------------------------------------------------


É estranho este incomum jeito peculiar que nós os filhos do inverno temos ...
Caminhamos sempre carregando as lembranças
Além do peso de determinações antigas e canções ancestrais que carregamos na alma !
Os dias parecem sussurrar em nosso ouvido cantando as canções da Terra ...
Da Terra em nosso espírito , canções dos dia ... , que assim como no inverno , descem as sombras para depois retornar a luz ! relembrando um ciclo de vida e morte resssureição e renascimento , natureal e dentro de nós!
Tudo parece fora do lugar e conectado !
E as três outras estações irrompem sobre nós , como um verdadeiro exército italiano , expondo-nos a loucura charmosa sob o sol ; o calor ; vermelho ; e a imensidão de matizes escarlates e formas distorcidas , como nas pinturas dos " Jardins de Monet " e... ainda assim me sinto afinado com o pulso do universo
Na minha quietude ; calma ; e solidão ...Eu ouço as flutuações da matéria !
E diante de tantos outros seres diferentes e lugares comuns, eu flutuo , flutuo acima de qualquer eflúvio que me impede de prosseguir para o norte , peregrinando em direção ao inverno , em eterna caminhada pela minha história e o destoar de todo o resto . Eu peregrino por todos os lugares , até como ex-exilado chegar até as terras frias do norte , do inverno de onde vim ...
E .... Lá adiante de mim , colori meu mundo em delicado matiz pastel ...
E em resumida harmonia , e invernal paz interior.
"----------------------------------------------------------------------------------


Perdi, na descoberta do corpo, o sentido da invenção do amor...Fiz-me fluído: sangue, suor, fis-me lágrimas!


"-------------------------------------------------------------------------------------

Aos 18 anos descobri o sentido do corpo.
Que se ama visceralmente, como quem faz das tripas coração.
Na metáfora do corpo a corpo, o que há de apaixonado na luta e o que há de violento na paixão.
Cultivei o amor profundo pela epiderme e fiz da escrita um tecido intrincado de ramificações sangüíneas e terminações nervosas.
Apurei a construção: substitui-se o minotauro pelo prolapso sistólico da válcula mitral.
O corpo um gigantesco órgão, de um barro impuro, que falha e dói.
Perdi, na descoberta do corpo, o sentido da invenção do amor.
Fiz-me fluído: sangue, suor, lágrimas, secreções, pus. uma intacta ferida.
No lugar do peito, uma inscrição invisível, um emblema de Louise Bourgeois
: Rouge est la couleur du sang.
Ao fundo, um disco de
Einstürzende Neubauten.
Esgotado o amor, um novo sentido para o corpo: a construção de uma anatomia das palavras.
Fazer das entranhas um hábito do desenho.
Aqui estou eu, tão cedo tarde demais, a procurar o sentido de outros corpos, abeirando-me de outros discos.
Fiz da incerteza uma dedicação profunda às funções corporais.
Se eu tivesse um físico tumor, chamava-lhe...Laurein
Mas tenho maus fígados e um coração despedaçado
.

"----------------------------------------------------------------------------------

A Dor


"------------------------------------------------------------------------------------- .........................................................


*o sal na ferida*

três cordas tensas

disputam o ponto exacto do desassossego

uma ponte ou uma torre ou um arco

ruindo na desolação destes dias inúteis.

Qualquer coisa podia acontecer

se apenas um vento breve soprasse

mas tudo reside incerto

e imóvel um mesmo silêncio agudo

a rodear-me como espuma

descontente de ser branca e fria.

Se ao menos um vento brando soprasse

e qualquer coisa acontecesse

um barco ou navio ou jangada

cruzasse o horizonte distante

eu não tivesse de me fazer ao mar

tão despreparado

tão nu tão

despido de ti.

.........................................................


"-------------------------------------------------------------------------------------

:: Lisbôa, cidade azul :: É sempre assim. é um ar que se respira que é diferente deste, apenas porque é o ar de um outro lugar, um outro céu porque debaixo deste estão os amigos e os nossos passeios pelas ruas estreitas, pela margem do rio, um outro azul porque este tem o tom da calma possível, o bálsamo para o frágil coração em brasa. regresso sempre acompanhada de mais livros e mais música e mais saudades do que não tive tempo para fazer. dos fragmentos de luz ao fim da tarde, do cheiro da praia que ainda não senti este verão, de um cigarro que não me lembre exclusivamente de ti. incomoda-me que pertençamos a uns lugares e não a outros. que nos doam as raízes profundas se nos afastamos para os lugares onde estaríamos melhor do que aqui. "-------------------------------------------------------------------------------------

Da escrita e outras coisas!



"-------------------------------------------------------------------------------------


:: Da escrita ::




Desde que comecei a escrever mais online verifico que escrevo consequentemente menos meus cadernos de papel e linhas. a vantagem (e o consolo) é que sentada em frente do computador escrevo incomparavelmente mais e melhor, porque a qualquer momento - entre e execução de um trabalho ou um jogo - estou sempre disponível para ir digitando o que me vai na alma. a grande desvantagem é que perco o romantismo incontornável do registo caligráfico, do sentimento na textura do papel entre os dedos, do cheiro das páginas envelhecidas depois de um ano guardadas no baú. a verdade é que gosto, esteticamente, da escrita. da caligrafia. mas nos cadernos não tenho as fotografias todas sempre à mão, nem os poemas, nem os registos dos outros para enroscar nos meus.




"-------------------------------------------------------------------------------------




repugna-me a indiferença da tua mentira, terna como se fingisses um gostar que me insulta.




"-------------------------------------------------------------------------------------

[ poema do desamor contínuo ]




"-------------------------------------------------------------------------------------




[ poema do desamor contínuo ]




[ poema do desamor contínuo ]
. . . . .. . . . . . . .. ... .. . . . .
não é certo que me exiles
que das tuas mãos
nada cresça
senão as pedras
o tecido desgastado do silêncio
está já esticado
à beira da ruptura
um arco demasiado tenso
que arrisca rebentar-me
nos braços
este solo pisado e magoado
vezes sem conta
suspira já o cansaço
de ser ruína ponte
tateando lugar nenhum
senão o degredo
a que me votas
não posso mais
- porque não posso -
dar-me a este desconsolo
nem a noite é já suficiente
para que qualquer coisa
se resgate
agora quero apenas
a calma
ou
alguma coisa parecida
um rumor imprevisto
improvável
tudo menos este silêncio
esta brutalidade
com que pela indiferença
me aniquilas. ... . . .

"-------------------------------------------------------------------------------------

:: exílios #1 ::
o templo uma montanha que desaba o arco livre os interstícios do deserto por entre o negro se desfaz a luz em blocos uma ruína no lugar do silêncio.

"-------------------------------------------------------------------------------------


:: a ferida aberta ::


Nunca li atentamente o reflexos de azul eléctrico até hoje. gostei deste post. sobre ele deambulo e divago. a própria palavra 'ferida' acende em mim uma brasa incandescente de fascínio. pela sonoridade, pelas imagens que evoca e recria. então adicionemo-lhe a palavra 'sal' e teremos alcançado a mais exata pungência da palavra sobre a pele. isto é, quem é que - perante o sal na ferida - não se cobre de ardências fundas e dolorosas, ou não sente que o mar inteiro se esvai por entre as frestas abertas da alma ferida? De tudo faço ferida. e não é que goste que me doa. é, talvez, uma estranha aproximação ao primordial. a isto ocorre-me acrescentar o espanto do gigantesco engano ao olhar as feridas um dia - latentes ou adormecidas ou curadas - e perceber que são marcas de um inferno improvável, por nós inventado.
"-------------------------------------------------------------------------------------