I
Doravante já não haverá histórias para contar ao fim do dia, já não haverão as horas tardias de abraços tão mornos em frente ao televisor, já não haverá a possibilidade do convite para um passeio, para as coisas que se gosta de fazer a dois, tal como já não haverá o mesmo reconhecimento na voz, nem os telefonemas religiosos como um culto, nem sequer a disponibilidade para uma pergunta, para uma coisa qualquer que se diga que estreite o espaço - que ainda assim é tão doloroso, tão vasto - entre duas pessoas que se tocam na brevidade de um encontro. doravante já não haverá o que justifique preocupar-me se são seguras as tuas viagens de regresso a casa.
II
Qualquer coisa pergunta-me qualquer coisa uma tolice um mistério indecifrável simplesmente para que eu saiba que queres ainda saber para que mesmo sem te responder saibas o que te quero dizer
Qualquer coisa pergunta-me qualquer coisa uma tolice um mistério indecifrável simplesmente para que eu saiba que queres ainda saber para que mesmo sem te responder saibas o que te quero dizer
(Pergunta-me Mia Couto )
III
A deslocação interna dos órgãos vitais do amor em ruína asseguram a distância que de agora em diante nos diferenciará. Não mais nos confundiremos em desencontros e súplicas, nem as feridas abertas reclamarão o bálsamo do nosso nome comum. Em silêncio, o que havia de incerto estilhaça-se e desfaz-se para sempre. Há partes de mim deslocadas. mas que talvez estejam a caminhar para o lugar a que pertencem. Se fosse possível ainda - ou já - no tempo da saudade. Mas não é e não me atrevo a dizer o que sempre te quis dizer..: lamento, agora pertence a outrem. Tenho duas mãos postas no meu coração e basta-me. posted
A deslocação interna dos órgãos vitais do amor em ruína asseguram a distância que de agora em diante nos diferenciará. Não mais nos confundiremos em desencontros e súplicas, nem as feridas abertas reclamarão o bálsamo do nosso nome comum. Em silêncio, o que havia de incerto estilhaça-se e desfaz-se para sempre. Há partes de mim deslocadas. mas que talvez estejam a caminhar para o lugar a que pertencem. Se fosse possível ainda - ou já - no tempo da saudade. Mas não é e não me atrevo a dizer o que sempre te quis dizer..: lamento, agora pertence a outrem. Tenho duas mãos postas no meu coração e basta-me. posted
by saturnine
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