sexta-feira, julho 27, 2007

Só de Sacanagem

Só de Sacanagem
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Meu coração está aos pulos
Quantas vezes minha esperança será posta a prova?
Tudo isso que está ai no ar
Malas, Cuecas que voam entupidas de dinheiro,
Do meu dinheiro, do nosso dinheiro,
Que reservamos duramente
Pra educar os meninos mais pobres que nós
Pra cuidar gratuitamente da saúde deles,
Dos seus pais.Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade
E eu não posso mais.
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz
Mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros
Venha quebrar no nosso nariz!
Meu coração ta no escuro.
A luz é simples !...
Regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó,
E os justos que os precederam:
Não roubarás,
devolva o lápis do coleginha,
Esse apontador não é seu, minha filha.
Pois bem! Se mexeram comigo,
Com a velha e fiel fé do meu povo sofrido
Então agora eu vou sacanearMais honesta ainda eu vou ficar
Só de sacanagem!
Dirão:
Deixa de ser boba,
Desde Cabral que aqui todo mundo rouba!
E eu vou dizer:
Não importa, será este o meu carnaval,
Vou confiar mais e outra vez!
Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos,
Vamos pagar limpo a quem a gente deve...
E receber limpo do nosso freguês !!!.
Com o tempo a gente consegue ser livre, ético,E o escambal !
Dirão:
é inútil! todo mundo aqui é corrupto,
Desde o primeiro homem que veio de Portugal !
E eu direi:
Não admito! minha esperança é imortal,
E eu repito,
Ouviram? Imortal!
Sei que não da pra mudar o começo
Mas se a gente quiser
Vai dar pra mudar o Final !!

sábado, julho 21, 2007

o gato !!!



→ O gato,
O gato é um mamífero que pode viver de 15 a 39 anos.(apesar de tantas lendas que o dotam com idades indeterminantes , tendentes a eternidade .... )
noturno, de identificação lunar, maternal, independente, reacionário, revolucionário ,dócil e amável, benevolente .

Associa a si : O Entendimento sobre mistérios.




É Animal misterioso associado aos poderes da lua , sensualidade, limpeza. O gato representa a sabedoria; a prudência e a vivacidade; visões místicas; independência.O gato é um símbolo que assumiu múltiplos significados entre as diferentes civilizações. Na simbologia , Muito embora não seja hoje em dia tão difundido, o culto ao animal espalhava-se outrora pelo mundo. ( Mesmo os deuses que não possuíam forma animal tinham um animal sagrado a eles dedicado, que os simbolizava ) . Entre estes animais, o gato foi um dos mais adorados, tanto por sua fecundidade quanto por seus hábitos noturnos, que o tornaram o guardião da noite, dos mortos, e dos mistérios da vida e da morte.








→No Antigo Egito, o gato doméstico, trazido do sul ou do oeste por volta do ano de 2.100 a.C., é considerado um ser divino, de tal ordem que, se um deles morrer de morte natural, as pessoas da casa raspavam as sobrancelhas em sinal de luto .



Nise da Silveira em "O mundo das imagens" diz que os egípcios, p. ex., veneravam três deusas leoas – Sekhmet, pekhet e Tefnet -, todas a mesma divindade furiosa e muitas vezes irracional em sua fúria santa :


"Sekhmet, a poderosa, é a deusa das batalhas, que lança fogo pela enorme goela.(como representado logo abaixo)





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Pekhet desencadeia torrentes devastadoras

nos desertos do leste, onde habita.

( assim como o demonstrado logo ao lado

ela e normalmente representada sentada

em um trono de areia ,

argila , ou ate mesmo em alguns casos de terra-cota ;

Sempre adquirindo uma postura semelhante a da leoa vigilante antes de caçar )

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Tefnet, sujeita a grandes cóleras, emite fogo pelos olhos e pela boca.


Mas nem sempre essas deusas se apresentam sob aspecto tão terrificante. Elas podem metamorfosear-se em gata, tornando-se assim dóceis e amáveis. Neste caso, seu nome é Bastet, a benévola" .

( representada comumente com corpo de mulher e cabeça de gata. Esta bela deusa era o símbolo da luz, do calor e da energia. Era também o símbolo da lua, e acreditava-se que tinha o poder de fertilizar a terra e os homens, curar doenças e conduzir as almas dos mortos. Nesta época, os gatos eram considerados guardiões do outro mundo, e eram comuns em muitos amuletos. )





→Na Grécia clássica, o gato foi associado à feminilidade, ao amor e ao prazer sexual, atributos de Afrodite. Também foi associado à Artemis, a deusa da caça e da lua, da qual se dizia que teria escapado um perseguidor, Tiphon, transformada em gata.




→No Império Romano, o gato esteve ligado a várias deusas. Diana, a caçadora, governava a fecundidade e a lua, assim como Bastet, e uma lenda antiga atribui a ela a criação do gato. Também a sensual Vênus é representada como uma gata, uma encarnação de emoções maternas.



→ Apesar de não haver culto ao gato na antiga Babilônia , dizia um mito que o gato teria nascido do espirro de um leão. O leão, aliás, era um símbolo da realeza. (não era atoa que em sua ascensão ao divino , o deus Marduck teve que matar dois leões sagrados )

→O Gato no Budismo

Nos cânones originais do budismo, o gato é excluído da lista de animais protegidos, devido ao fato de que, no momento da morte de Buda, quando todos os animais se reuniram para chorar seus restos, o gato haver não só mantido os olhos secos como comido tranqüilamente um rato, provando sua falta de respeito pelo acontecimento solene. Entretanto, apesar da lenda, o gato foi venerado pelos primeiros budistas por seu autodomínio e a tendência à meditação. Na China, estatuetas de gatos eram usadas para expulsar os maus espíritos, e havia dois tipos de gatos, os bons e os maus, que eram facilmente diferenciados por que os maus tinham duas caudas. No Japão, quando um gato morria, era enterrado no templo do dono, e no altar do mesmo era oferecido um gato semelhante, pintado ou esculpido, para garantir ao dono tranqüilidade e boa sorte durante sua vida.

→O Gato e o Judaísmo

No Talmude, o gato só aparece cerca de 500 d.C., quando o livro sagrado louva brevemente seu asseio. Entretanto, uma antiga lenda hebraica conta que o gato teria sido criado em plena Arca, quando Noé, em desespero por que os ratos estavam se multiplicando e devorando todas as provisões, implorou à Deus que lhe enviasse uma solução. O gato então teria sido criado de um sopro do leão. Outra antiga lenda judaico-espanhola diz que Lilith, a primeira mulher de Adão, o teria deixado para se transformar em um vampiro, que sob o aspecto de um gato preto, atacava bebês adormecidos e indefesos e lhes sugava o sangue.



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Na Cabala e no budismo o gato representa a sabedoria, a prudência e a vivacidade. A tradição popular japonesa aponta-o como um animal que atrai má sorte.Os altos sacerdotes o admiravam , estudavam e mantinha em suas casas este animal misterioso e fascinante, amado por uns e odiado , perseguido pela maioria.

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→ No Culto Celta , na cultura celta, a deusa Cerridwen tem um elo de ligação com o culto ao gato relativo à fecundidade através de seu filho Taliesin, que em uma de suas encarnações foi descrito como um gato com a cabeça sarapintada.











→ No Culto Escandinavo
Nas lendas nórdicas, aparece a deusa do submundo Freya, cuja carruagem era puxada por dois gatos, que representavam as qualidades da deusa, a fecundidade e a ferocidade. Estes gatos mostravam bem as facetas do gato doméstico, ao mesmo tempo afetuoso e terno, e feroz quando excitado. Os templos pagãos eram freqüentemente adornados com imagens de gatos. Na Finlândia, havia a crença em um trenó puxado por gatos que levava as almas dos mortos.

→ Mais que animal irracional,(pendente em dois mundos, metade neste e metade em outro ) ao nas ilhas antigas da Bretanha antes do ano 400 seu julgar era positivo ( ao menos), onde o animal seria a negação da razão em relação ao referente Homem e a elevação e alçada aos deuses Segundo uma tradição celta, ele teria nove vidas. Posteriormente, durante a Idade Média, o gato passou a ter apenas sete vidas. Por ter esse ar misterioso e sensual e trazer uma simbologia associada ao mágico, à intuição e à noite, milhares de gatos foram mortos durante a Idade Média - milhares de gatos e milhões de mulheres, ambos acusados de ter parte com o Diabo. Até hoje persiste a imagem da bruxa gargalhando pela noite com seu gato preto, preconceitos sombrios perpetuados por lendas sem fundamento e pelo medo que os ignorantes têm pelo desconhecido. A peste negra que assolou a Idade Média só ocorreu porque quase não havia mais gatos para caçar os ratos. Sem seu predador natural, os roedores se espalharam pela Europa, e consigo levaram suas doenças, como a peste bubônica. A Peste Negra é um exemplo objetivo do que a ignorância pode produzir .
Animal misterioso associado aos poderes da lua, ao mundo da magia e às bruxas, os machos pretos eram a personificação do diabo.


→ O Gato no Islã
Há uma série de contos associando os gatos ao profeta Maomé, a quem teriam inclusive salvo da morte, ao matar uma serpente que o atacava. Por causa desta associação entre o gato e o Islã, a Igreja Católica conseguiu tanto êxito ao relacionar o culto ao gato com as heresias e o demônio


→ O Gato na América Pré-Colombiana
Na América, embora não houvessem gatos domésticos, os grandes felinos, como o puma e o jaguar, tiveram seu lugar no panteão dos deuses. O jaguar era símbolo de grande força e sabedoria, e acreditava-se que os curandeiros mortos transformassem-se neste animal.




→ O Gato e o Cristianismo
A Igreja , no início de sua história, adotou alguns símbolos pagãos e rejeitou outros. Assim, Jesus se tornou "o Leão de Judá", e a serpente a égide do mal. Na seita dos coptas, surgida por volta do século I d.C., havia no evangelho gatos que julgavam os homens após a morte. A primitiva Igreja celta associou vários santos às tradições pagãs e ao culto ao gato. Santa Gertrudes de Nivelles, por exemplo, é representada sempre com um gato, e, na França, dizia-se que Santa Ágata transformava-se em um gato enfurecido para punir os infiéis. Na Idade Média, entretanto, a imagem do gato começou a mudar. No século V, os gnósticos, que atribuíam igual importância a Jesus, Buda e Zoroastro, foram acusados de adorar o demônio na figura de um gato preto. No ano de 1232, o papa Gregório IX funda a Santa Inquisição, com o intuito de descobrir heréticos que cultuavam o demônio, novamente na figura de um gato preto, macho. Em 1344, surge na França, o culto de São Vito, em Metz, queimando vivos anualmente 13 gatos em uma gaiola. Quando a Peste Negra atacou a Europa, dizimando quase um terço da população, inicialmente os gatos foram considerados culpados e perseguidos, ordenando-se a sua destruição. A associação da figura do gato ao culto ao demônio levou inevitavelmente à sua vinculação à feitiçaria e às artes mágicas. No século XV, na Alemanha, ressurgem cultos pagãos como o da deusa Freya. Em 1484, o papa Inocêncio VIII difunde a crença de que as feiticeiras veneravam Satanás encarnado em gato. Por toda a Europa, pessoas inocentes foram torturadas em nome de Deus. E, com elas, seus gatos. Em Ypres, na França, centenas de gatos eram atirados do alto de um campanário em um festival anual. Milhares de gatos foram sacrificados em rituais durante a Páscoa. A perseguição chegou até mesmo à América, quando, em 1692, várias pessoas foram executadas em Salem, no estado de Massachusetts. Entretanto, mesmo nestes tempos inglórios, os gatos foram também companheiros amados em alguns países, como na Rússia, onde eram comuns serem encontrados em conventos e mosteiros. O Cardeal Richelieu possuía vários gatos, entre eles um angorá preto chamado Lúcifer. No sul da França, corria a lenda dos gatos mágicos chamados matagots, que traziam fortuna e sorte a quem os acolhia e amava. Com o passar do tempo, a perseguição foi recrudescendo, e a importância dos gatos como controladores dos roedores foi reconhecido. No século XVIII, são abolidas as leis sobre a feitiçaria, e até mesmo o papa Pio IX rendeu-se aos seus encantos.


→Ele passa imponente por todos caminhando solitário pelos muros noturnos e miando suas brigas e seus amores para a lua, provocando a ira dos humanos que precisam acordar bem cedo para ter mais um dia de trabalho monótono.


→Se acreditava que ele era quem fazia a mudança de humor humano , através de sua influência sobre as fases da lua e do ciclo menstrual humano.
O gato tem em si muito do universo feminino (e a mulher possui muito da alma da gata),


...Mas também carrega um simbolismo masculino singular. Se fosse homem, provavelmente o gato seria um pirata, um cavaleiro árabe antigo ou um esguio baiano lutador de capoeira..Infelizmente ainda hoje os gatos são hostilizados. Pelo que pude observar, as pessoas que odeiam os gatos possuem um perfil muito parecido. Geralmente são fanáticos religiosos ou são materialistas (estranha ponte que liga esses dois opostos. Mas, serão opostos, realmente? Ou os fanáticos e os materialistas são linhas paralelas que correm para o mesmo lado?). Geralmente lamentam o fato do gato ser avesso a correntes. Ora, é maravilhoso que esse bicho tão pequeno brigue por sua liberdade com todas as forças de suas patas! Quem é que gostaria de viver preso a uma corrente?? Essas pessoas que odeiam gatos estão presas por correntes invisíveis aos seus maridos, esposas, filhos, religiões e trabalho, e não suportam ver a liberdade miando em seus muros.
→Corre também a lenda de que o gato gosta mais da casa do que do dono. ( Isso é a maior besteira que podiam inventar contra os gatos ). Acontece que o lugar onde o gato mora, bem como os quintais ao redor, é a sua área de caça. É ali onde ele vai caçar, vai copular e vai impedir a invasão dela por outros gatos. É por isso que uma mudança de casa é tão difícil para ele.
→O gato pode gostar de qualquer pessoa que estiver passando na rua, em frente ao seu portão. Ou então ficar indiferente. Ou então fugir.
Claro que o gato foge as categorias de macho, ou ao menos, do macho "dominante". O gato, noturno, de identificação indeterminante; seu simbolismo seria usado por séculos em diferentes metáforas, desde as mais reacionários (geralmente sacaniando-o) até as revolucionários (em algumas ocasiões louvando-o).
→O simbolismo desse animal: "é característica das contraculturas a contra-utilização dos signos da cultura oficial. se o gato preto é agouro e má sorte para a simbologia ocidental-cristã, vira vigoroso símbolo de rebeldia nas mãos dos artistas-operários" e ainda busca um exemplo histórico onde o gato "para os sindicalistas da IWW (Industrial Workers of the World), representava a sabotagem, a ação direta dos trabalhadores contra o capital" . De fato é Proudhon que pinta "a liberdade sob a forma de uma mulher segurando uma lança com o barrete frígio na ponta e tende a seus pés um gato. Ao contrário, Napoleão detestava gatos" .
Paul Klee , que fez a pintura "Gato e Pássaro" em 1928 , diz: "A coisa mais estranha é que eu não posso viver sem um gato. De um cão nunca me tornarei escravo, mas um gato é outra coisa, não é um animal. Um gato encontrado surge-me sempre como dono de um destino". Paul Klee (Pintor Suíço) 1879-1940.
No entanto, como disse, o gato foi muito utilizado por culturas reacionárias e, especialmente, por culturas que negavam a própria natureza (e em conseqüência negavam um que da ecencia da mulher! Esta deusa que traz o homem ao mundo), este sim fundamento essencial para negar o simbolismo do gato. - Falo do gato porque o sei independente, belo, e o gosto , essa incrível figura é também uma espécie de defensor da alma, de maus augúrios. De fato Cornélio Agripa em "De Occulta Philosophia" dizia, em estranhas palavras, que os gatos seriam da mesma natureza da menstruação e que com ambos "muitas coisas maravilhosas e milagrosas podem ser trabalhadas pelas feiticeiras". O vasto simbolismo da feiticeira se alia ao gato, isto é, a mulher e sua ligação com o espiritual. Não é sem nexo que muitos shamans se vestiam de mulher para entrar em contato com o mundo dos espíritos. –
→Segundo Jung , tanto Perséfone (Koré) , como a "Mãe Divina" eram representadas pelo gato.
→Entre as culturas que negavam o gato podemos encontrar a época medieval onde "Poemas medievais celebram vitórias do rei Arthur sobre gatos-demônios. Nas festivas fogueiras da Páscoa, que da Idade Média se estenderam aos tempos modernos na Europa, gatos eram comumente queimados vivos como substitutos de bruxas e demônios. Ainda no ano de 1648, em Paris, Luís XIV, coroado de rosas, acendeu com as próprias mãos a festiva fogueira onde lançou um saco repleto de gatos vivos". Perguntemos à história: quem era o verdadeiro "feiticeiro"? Ao falarmos das projeções desses simbolismos temos que falar que uma projeção não se da sem um receptáculo adequado, por mais que o projetado não se confunda com a projeção.

→Em suma .. o gato não pode ser classificado , simplesmente tornou-se a incógnita que nos cerca diariamente e que nos atravessa com seus olhos !
Crônica de Carlos Drummond de Andrade
"Um gato vive um pouco nas poltronas, no cimento ao sol, no telhado sob a lua. Vive também sobre a mesa do escritório, e o salto preciso que ele dá para atingi-la é mais do que impulso para a cultura. É o movimento civilizado de um organismo plenamente ajustado às leis físicas, e que não carece de suplemento de informação. e papéis, beneficiam-se com a sua presteza austera. Mais do que a coruja, o gato é símbolo e guardião da vida intelectual".

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Curiosidade.....

( Para ter-se idéia em uma matéria de um respeitado jornal paulista no dia 27 de julho de 2007 foi contado o caso do gato Oscar que vive em uma casa de recuperação em Rhode Island [EUA] e que pelo " prevê " quando uma pessoa vai morrer ... ! Pelo menos um dia antes ele se mantém próximo do leito do paciente e se mantém ali impacivel e para os observadpres do fato já é conhecido o sinal de que o paciente falecerá )


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HORÓSCOPO DAS ÁRVORES

HORÓSCOPO DAS ÁRVORES

Os druídas, magos e sacerdotes que adoravam a natureza criaram um horóscopo baseado na energia das árvores, os signos da floresta. Esses sacerdotes, magos, filósofos e médicos, que viveram na Gálea e Irlanda na Idade Média e tinham como deus máximo a natureza, eram privilegiados. Viviam nas florestas e eram íntimos de seus habitantes: fadas, gnomos, silfos e ondinas...


CARVALHO — EU SOU (21 de março a 20 de abril)
Na simbologia o carvalho é uma árvore sagrada para todos os celtas e representa a força vital divina. Está associada aos druidas que utilizavam sua casca e folhas para suas poções. O Carvalho representa o "eixo do mundo" para os celtas e para os gregos. Está ligado também à mitologia persa e à indiana e sua seiva foi usada como base de remédio contra a lepra na Índia. Pessoa nascida sob sua influência: Forte e inteligente, o Carvalho tem muita energia para concretizar seus projetos. Porém, pode destruir tudo o que foi realizado se ceder a impulsos momentâneos e tomar decisões sem pensar. Tem uma beleza que chama a atenção dos outros, mas precisa tomar cuidado: tem tendência para engordar depois dos 40 anos. Muito observadora, essa "árvore" costuma enxergar longe e não se engana com facilidade. Tem os pés bem firmes no chão. Quando se trata de relacionamentos amorosos, no entanto, o Carvalho é bastante instável. Só com tempo e maturidade abandona seu lado volúvel.


PAINEIRA — EU CONFORTO (21 de abril a 20 de maio)
A paineira representa fartura e prosperidade. Na mitologia grega, está associada às façanhas dos gêmeos Castor e Pólux, que libertaram a irmã Helena, cujo rapto provocou a famosa Guerra de Tróia. Pessoa nascida sob sua influência: De beleza física estonteante, a paineira precisa tomar cuidado para não deixar o orgulho exagerado torná-la feia diante dos olhos das pessoas. Contraditória, essa generosa e meiga árvore é ao mesmo tempo egoísta: usa a cabeça e as idéias dos outros sem pudor. A incerteza de seus sentimentos revela o caráter duplo de sua personalidade, alegre e triste, espirituosa e mal-humorada, carinhosa e rude, assim é a paineira. Também no amor tem atitudes ambíguas: extremamente ciumenta num dia, pode ser indiferente no outro. A paineira precisa olhar mais para si mesma para conquistar a felicidade.


IPÊ — EU SEI (21 de maio a 20 de junho)
O ipê está ligado ao mito grego das estações do ano, que existem porque Perséfone, deusa da fecundidade, fica seis meses (primavera/verão) na superfície da Terra e seis (outono/inverno) no seu interior. A pessoa nascida sob sua influência tem um charme irresistível, é determinada, mas muitas vezes se precipita para tentar livrar-se logo de um problema ou conseguir rapidamente o que quer. Solidão não é com o Ipê, que precisa estar sempre acompanhado, pois esta árvore sabe argumentar como ninguém e está sempre soltando a imaginação. A criatividade é um de seus pontos fortes também, adora ser dono de novas idéias, porém em geral, elabora projetos impossíveis de serem colocados em prática. Muito fechado para o amor, o Ipê tem de vencer a timidez para conseguir sucesso em suas conquistas e ser feliz em seus romances.
Uma das árvores do Cerrado, o ipê (Tabebuia ochracea), foi declarada a árvore símbolo do Brasil. Os ipês pertencem a família Bignoniaceae. Existem 5 tipos:
Ipê-amarelo-do-cerrado, também chamado de ipê-amarelo-cascudo ou ipê-do-morro (Tabebuia chrysotricha)É uma árvore nativa largamente utilizada em paisagismo. Sua diferença com o Ipê amarelo da mata é que ela é mais baixa, e muitas vezes apresenta tronco e ramos tortuosos. Floresce entre Julho e Agosto.
Ipê-amarelo-da-mata, também chamado de pau-d'arco (Tabebuia serratifolia)Este é o tipo de ipê mais citado (mais vistoso e de maior porte), por ser alto e de porte esguio, muito comum em nossas matas, especialmente na região de Floresta Atlântica. Não é muito utilizado em paisagismo porque seu desenvolvimento é mais lento que outros tipos de ipês-amarelo, entretanto é procurado pela qualidade de sua madeira. Alcança uma altura média entre 8 a 20 metros. Tem folhas compostas digitadas, 5 folíolos de 15 cm. Floresce entre julho e agosto, com flores amarelas em cacho. Fruto: vagem de 35 cm, verde e lisa. Sementes: aladas, pequenas (3 cm).
Ipê-branco (Tabebuia roseo-alba)Trata-se de um tipo de ipê muito bonito, ficando totalmente branco durante um período muito curto, pois sua floração não dura mais do que dois dias, por volta de Agosto. Às vezes, repete a floração por volta de Setembro, com menor intensidade.
Ipê-rosa (Tabebuia pentaphylla)É o primeiro dos Ipês a florir no ano, inicia a floração em Junho, mas ainda pode ser encontrado com flores até Setembro. Esta espécie se confunde bastante com outras também de flor roxa, como a Tabebuia impetiginosa e a Tabebuia heptaphylla, porém trata-se de uma espécie exótica, proveniente da Argentina. São muito utilizadas no paisagismo urbano, por sua beleza e rápido desenvolvimento.
Ipê-roxo (Tabebuia avellanedae)É o primeiro dos Ipês a florir no ano, inicia a floração em Junho, e pode durar até Agosto, conforme a árvore. Esta espécie se confunde bastante com outras também de flor roxa, como a Tabebuia impetiginosa e a Tabebuia heptaphylla, sendo considerado por alguns autores que a T. avellanedae e a T. impetiginosa seriam a mesma espécie. São muito utilizadas no paisagismo urbano, por sua beleza e desenvolvimento rápido.



ROMÃZEIRA — EU ESPERO (21 de junho a 21 de julho)
Pode-se dizer que o mundo nasceu de uma Romãzeira, símbolo da fecundidade. Seu fruto, a romã (que serve como adstringente e vermífugo), representa o ovário e suas sementes vermelhas, os óvulos prontos para serem fecundados; simboliza a união fraterna e a família feliz; colocá-las abertas nas janelas de uma casa no dia primeiro de janeiro, servirá para afastar todo o mal durante aquele ano. Pessoa nascida sob sua influência: Misteriosa e romântica, a Romãzeira é muito ligada ao passado. Considera importante a tradição e a hierarquia familiar e é bastante sincera e leal. Um tanto frágil, precisa de garra para vencer o medo e enfrentar a vida. Essa árvore tem grande tendência à baixa vitalidade, por isso precisa se cuidar e alimentar-se bem. Nos relacionamentos amorosos, a Romãzeira costuma ter atitudes maternais, gosta de proteger, dar sustentação ao outro, mas, está sempre insatisfeita com o companheiro, apesar de dizer que vive para amar e ser amada. Se achar que a rotina tomou conta do namoro, ela sempre se culpa.


COQUEIRO — EU POSSO (22 de julho a 22 de agosto)
Os druídas associavam o Coqueiro à força de kundalini, "fio" que une o homem ao planeta, através da gravidade. Nas emanações de cura, os druídas projetam kundalini e fohat, energia extraída do Céu. Pessoa nascida sob sua influência: Nada assusta o corajoso e sedutor Coqueiro. De apurado senso prático, essa árvore faz o máximo que pode para conseguir o que quer. Quando fracassa, porém, não pensa duas vezes, coloca a culpa nos outros porque jamais admite o próprio erro. Alegre e bem humorado, o Coqueiro costuma atrair as pessoas com sua imponência, mas pode afastá-las logo em seguida se não deixar de lado a artificialidade e a arrogância que lhe são comuns. Vive o amor da maneira mais intensa, investe tudo o que pode para conquistar a pessoa amada e a recompensa, se for correspondido, dá tudo de si para conservar a harmonia do relacionamento.


SALGUEIRO — EU TENHO (23 de agosto a 22 de setembro)
O Salgueiro está ligado à energia lunar, fohat. Seu visual triste, de galhos caídos, remete à tristeza de Isolda com a partida do amado, Tristão. A história do casal virou verso, prosa e até ópera. Pessoa nascida sob sua influência: Belo, o Salgueiro sonha em salvar a humanidade. Tem mania de querer resolver todos os problemas do mundo e vive opinando sobre assuntos diversos. Adora a natureza e tem o poder de ler os pensamentos alheios. É sociável e extrovertido, por isso faz novas amizades com facilidade. Bastante ambiciosa, essa árvore tem uma capacidade de memorização invejável, lembra tudo e exatamente como aconteceu. Tem aptidão para qualquer tipo de arte, pois é muito imaginativo e criativo. Vive intensamente todas as situações amorosas, está sempre apaixonado, mas não gosta de assumir compromissos sérios.


CANELEIRA — EU SOU A LEI (23 de setembro a 22 de outubro)
A casca da Caneleira, especiaria originária do oriente, é medicinalmente usada como fortificante na China, onde é considerada o alimento dos imortais. É também símbolo de nobreza e de honra. Pessoa nascida sob sua influência: A Caneleira é a árvore mais bonita desse horóscopo. Provocante, chega a ter uma preocupação excessiva com a aparência. Faz de tudo para conquistar a admiração das pessoas, principalmente de quem ama, com sua sensualidade, que, por ser produzida, passa por artificial. Bastante sociável, a Caneleira tem facilidade para fazer amizades com pessoas de todos os tipos. É amiga fiel, mas precisa ser sempre correspondida à altura de sua dedicação, caso contrário vira uma fera, age com rancor e arma vinganças. Tem a mesma atitude com a pessoa amada, que precisa se desdobrar em carinho.



MANACÁ — EU ORDENO (23 de outubro a 21 de novembro)
O Manacá representa toda a humanidade e o lado simples da natureza, como o canto dos pássaros e o murmúrio das águas dos rios. Está ligado também ao paraíso bíblico, ou ao mito de Adão e Eva. Pessoa nascida sob sua influência: Modelo de sensualidade, o Manacá irradia charme e simpatia, quem o conhece percebe logo que sua beleza não é só externa, ele é bonito também por dentro. Tem sempre coisas bonitas para falar, mas gosta mesmo de usar o recurso da linguagem abstrata, isto é, de enviar mensagens através do olhar. O Manacá movimenta-se com ritmo e harmonia e ao mesmo tempo de maneira prepotente. Ser justiceiro é uma de suas virtudes. Sempre forte e sadio, sabe enfrentar bem os problemas e lidar com as decepções, apesar de magoar-se facilmente. No amor, exige fidelidade do parceiro e que a relação seja calma e segura.


SERINGUEIRA — EU DESEJO (22 de novembro a 21 de dezembro)
Os deuses gregos ajoelhavam diante da linda Seringueira, árvore que os druidas diziam ser originária do Sol. Sua representante é Hipólita, rainha das Amazonas, mulheres guerreiras da mitologia grega. Pessoa nascida sob sua influência: A Seringueira tem vida longa e está sempre aprofundando seus conhecimentos, é bonita e bastante frágil, se assusta por qualquer motivo. Cheia de virtudes, essa árvore não sabe colocar para fora seus sentimentos positivos. Por esse motivo, muitas vezes afasta a possibilidade de novas amizades, isso porque as pessoas costumam considerá-la antipática. Não é fácil para ela se envolver afetivamente, com medo de sofrer, ela espera sentir total confiança no relacionamento, para só aí corresponder ao afeto do parceiro. Quando isso acontece, quer dizer, se ela se apaixona, faz o outro muito feliz.


CEDRO — EU TOMO (22 de dezembro a 20 de janeiro)
O Cedro está ligado a Agarta e Shambala, cidades subterrâneas do centro da Terra, segundo a teosofia e aos cavaleiros do templo ( cavaleriros templários ), ordem extinta por Felipe IV, rei da França, que queria os tesouros das cidades. Pessoa nascida sob sua influência: Dotado de um potencial super energético, o Cedro supera os mais graves problemas. Enfrenta situações difíceis e sai inteiro. Quase nunca fica doente e quando fica, se recupera depressa. Inteligente e astuto, é também egocêntrico, gosta de luxo e odeia ser contrariado. O Cedro é o signo mais forte do horóscopo das árvores. É também muito teimoso e persistente, luta até o fim para conseguir o que quer, tanto quando se trata de questões financeiras como afetivas e neste último caso, põe logo em ação sua praticidade se o relacionamento não anda bem, não gosta de se iludir e rompe se não se sentir seguro. Nota: árvore símbolo do Líbano e do Marrocos.


QUARESMEIRA — EU DOU (21 de janeiro a 19 de fevereiro)
A quaresmeira simboliza a força do amor que deu vida eterna ao casal Eros e Psique. E foi num bosque de quaresmeiras que a Bela Adormecida ficou até acordar com um beijo do Príncipe Encantado. Pessoa nascida sob sua influência: A Quaresmeira tem facilidade para transmitir suas qualidades positivas, é cheia de charme, encanta por sua simpatia, mas como é muito vaidosa pode ser vista como arrogante pelas pessoas que não a conhecem bem. Bastante intuitiva, tenta impor suas opiniões, no entanto, apesar de ser meio mandona, ela costuma ser a chave da harmonia no ambiente familiar, e muito contribui para isso, sua sempre presente cordialidade e seu bom humor de todo dia. Essa árvore se desdobra em carinho e atenção para a pessoa amada, mas nunca antes de ter absoluta certeza de que o outro está apaixonado.
Quaresmeira (Tibouchina granulosa)É uma árvore de pequeno a médio porte, de grande beleza quando apresenta suas flores roxas e, por isso, muito utilizada em paisagismo urbano. A variação (Tibouchina mutabilis) têm flores rosas misturadas com as roxas. Normalmente inicia a floração entre fevereiro e março; algumas árvores permanecem com a floração até o mês de maio.


AMOREIRA — EU AJUDO (20 de fevereiro a 20 de março)
A Amoreira é considerada a árvore da vida. Os chineses acreditavam que a vara dessa árvore, usada como flecha, eliminava más influências, daí sua fama de protetora dos males do tempo e do espaço. O fruto da amoreira é a amora. Pessoa nascida sob sua influência: Como o Salgueiro, a Amoreira sonha em resolver todos os problemas do mundo. Mas está sempre fazendo projetos impossíveis de serem concretizados. É o signo mais frágil desse horóscopo. Dependente, a Amoreira precisa de muito amor, ternura e proteção até conseguir a força interior necessária para resolver sozinha seus problemas. Tem boa capacidade de crítica e de análise das situações complicadas que surgem em sua vida, mas em geral fica sem saber como agir. Precisa enfrentar a vida com mais coragem, pois tem tendência a usar bebidas e drogas como estimulantes quando fracassa.

Última atualização: 07/07/2007.

quinta-feira, julho 19, 2007

O LOBO E SUA SIMBOLOGIA

O LOBO E SUA SIMBOLOGIA




O lado negativo do lobo assombrou mentalidades da antiguidade.

Na mitologia greco-latina, a loba de mormoliceu, ama de leite de Aqueronte, era usada para assustar as crianças.

O conto europeu de chapeuzinho vermelho também nos deixa o legado de temer o "lobo mau", nos fazendo crer que não há outro lobo senão o mau.

Hades, o senhor dos infernos, se utiliza de uma capa de pele de lobo. O deus da morte dos etruscos é representado com orelhas de lobo. Nos tempos negros em que se sacrificavam humanos a Zeus por melhores colheitas, o deus assumia a forma lupina....

Enquanto os bruxos e bruxas se transformavam em lobos para irem aos sabás, na Espanha o lobo era conhecido como montaria dos feiticeiros.



Na mitologia nórdica, Fenrir é o lobo gigante,umdos mais implacáveis inimigos dos deuses.

Na mitologia egípcia,Anúbis é chamado de Impu,"aquele que tem a forma de um cão selvagem",Em cinópolis é venerado como o deus dos infernos.

Da mesma forma, os algonquinos e a tribo mazi (povos indígenas do sul do canadá) vêem o lobo como uma criatura intermediária emtre a natureza divina e humana,senhor do reino dos mortos no ocidente.

O lobo nas lendas e credos populares do ocidente é uma praga maligna que destrói rebanhos e quando tocado pela magia , um vetor da licantropia ( suas vítimas transforman-se em ferozes besta-lobo)(lobisomem)


O lobo e sua goela negra é o símbolo do fim, da passagem e dos perigos. Para os muçulmanos,ele é um dos obstáculos em seu caminho para meca,podendo assumir a forma bestial e monstruosa da besta do apocalipse.


Mas será que o lobo é tão mau?A verdade é que o lobo representanossa ligação com a natureza e a magia.

Vivendo na floresta,ele despertava o medo de se cruzar a linha entre o conhecido e o desconhecido,representedo tanto pela vida e morte como pelo físico e espiritual.

Para a China, a estrela Sírius é o lobo celeste, guardião do palácio celeste (ursa maior).

No Japão ele é invocado para guardar locais.

O simbolismo da proteção também surge na loba de Rômulo e Remo,que também remete à fecundidade.

Na Sibéria,Turquia,Anatólia,a loba é invocada para dar fecundidade às mulheres.

O lobo traz em si a magia e o desconhecido. Ao mesmo tempo,ele representa o sentido de união.

Os lobos caçam em grupos e,como os cães,gostam de brincar. São fiéis.possuem um parceiro para a vida toda. Não uivam para a lua,apenas uivam. Para marcar território, lamentar uma perda, pedir ajuda ou só por diversão.

O lobo possui a ferocidade quando protege. Por isso é tão temido... Pode realmente ser uma fera assasina se o que ele guarda for ameaçado.

Continua...

QUEM TEM MEDO DO LOBO MAU?


QUEM TEM MEDO DO LOBO MAU?
Por Renato Roschel08/09/2002


Certo dia, a mãe de uma menina mandou que ela levasse um pouco de pão e de leite para sua avó. Quando a menina ia caminhando pela floresta, um lobo aproximou-se e perguntou-lhe para onde se dirigia. - Para a casa de vovó; ela respondeu. - Por que caminho você vai, o dos alfinetes ou o das agulha? - O das agulhas. Então o lobo seguiu pelo caminho dos alfinetes e chegou primeiro à casa. Matou a avó, despejou seu sangue numa garrafa e cortou sua carne em fatias, colocando tudo numa travessa. Depois, vestiu sua roupa de dormir e ficou deitado na cama, à espera.
Pam, pam.
- Entre, querida. - Olá, vovó. Trouxe para a senhora um pouco de pão e de leite. - Sirva-se também de alguma coisa, minha querida. Há carne e vinho na copa.
A menina comeu o que lhe era oferecido e, enquanto o fazia, um gatinho disse: "menina perdida! Comer a carne e beber o sangue de sua avó!"
Então, o lobo disse: - Tire a roupa e deite-se na cama comigo. - Onde ponho meu avental? - Jogue no fogo. Você não vai precisar mais dele.
Para cada peça de roupa corpete, saia, anágua e meias a menina fazia a mesma pergunta. E, a cada vez, o lobo respondia: - Jogue no fogo. Você não vai precisar mais dela.
Quando a menina se deitou na cama, disse: - Ah, vovó! Como você é peluda! - É para me manter mais aquecida, querida. - Ah, vovó! Que ombros largos você tem! - É para carregar melhor a lenha, querida - Ah, vovó! Como são compridas as suas unhas! - É para me coçar melhor, querida! - Ah, vovó! Que dentes grandes você tem! - É para comer melhor você, querida.
E ele a devorou.
Pode até parecer estranha, mas esta é uma versão camponesa, que acredita-se ser a primeira versão da fábula Chapeuzinho Vermelho, da França do século XVIII, compilada em O Grande Massacre de Gatos (e Outros Episódios da História Cultural Francesa) de Robert Darnton. Mas o que esta fábula possui de estranho? É certo que essa versão carrega algo que a difere da versão mais conhecida e atual, mas não é só o que percebemos. Há hoje um grande interesse da sociedade de consumo em massa em criar modelos de literatura para todas as idades, é claro que não é de hoje a mudança quase que completa da primeira versão para a versão atual da fábula de Chapeuzinho Vermelho mas, existem ainda, da mesma forma que a fábula de Chapeuzinho, encobertas por motivos que o consumo implica, algumas obras literárias ligadas a textos que hoje ostentam uma aura infantil e ingênua. Essas versões não são tão atuais, porém foram "escondidas" do grande público nas últimas décadas por motivos que as leis de consumo ditaram e ditam.
Essas leis surgem quando um possível mercado de consumo apresenta certas características como por exemplo: ser formado por um público alvo (crianças) que merece certos "cuidados" sempre estabelecidos por instituições como a religião, os valores sociais vigentes, o Estado e atualmente o mercado de consumo em massa, forçando destarte à marginalização dessa versão e de outras por motivos muito parecidos, criando então uma nova imagem do texto, que de certo ponto de vista pode ser considerado em muito distorcida de sua instância primeira. (O que quero levar em consideração aqui é o fato de que uma releitura transformou-se na obra em si, marginalizando a primeira e original forma do conto e alguns valores originais de sua simbologia.)
É certo que releituras são sempre interessantes e necessárias, mas o que causa um certo interesse aqui é que o conto em si desapareceu, dando lugar a um outro quase totalmente distinto do primeiro, basicamente infantil e perfeitamente encaixado aos valores do mercado de consumo atual. Esse fenômeno acontece também com outras histórias hoje consideradas exclusivamente infantis. As mil e Uma Noites por exemplo, antes de sofrer as mudanças que a tornaria uma história infantil, em alguns de seus contos segue uma linha muito próxima à literatura porno-erótica com trechos em que sobejam descrições detalhadas de relações sexuais.
A versão da fábula de Chapeuzinho Vermelho aqui referida remete à transição que uma adolescente vivência ao tornar-se mulher fértil e depois velha e infecunda novamente. Com sua virgindade perdida, mas ganhando sua fecundidade, Chapeuzinho Vermelho é a antítese da vovó. O personagem de Chapeuzinho refere-se à passagem da mulher adolescente à fecundidade da mulher madura, enquanto Vovó representa o final desse ciclo. Esta versão da fábula carrega uma gama de símbolos e sentidos que a leva, inevitavelmente, à comparação com o texto atual. Na versão atual há, velado no texto, algo próximo a essa simbologia, mas a forma com que ela aparece leva a crer que há a intenção de subjugar o primeiro texto em nome da inocência infantil adequando-o a valores diferentes. Isso exemplifica de maneira sutil o que o consumo em massa de hoje representa para algumas criações artísticas. É óbvio que essa mudança na fábula não é dos dias atuais. É, talvez, da Idade Média, quando os irmãos Grimm escreveram suas releituras de contos populares, mas representa quase cabalmente a relação existente hoje entre consumo e criação artística.
O lobo que aparece como símbolo da mudança, da libertinagem e do infernal na primeira versão do conto, apresenta-se na fábula atual apenas como o vilão necessário para que o Bem se manifeste no personagem do caçador, do homem viril, que adentra ao conto para tomar-lhe as rédeas e inserir-lhe o gosto da eterna luta entre opostos que tanto assistimos hoje nas grandes salas de cinema, com suas eternas variações sobre o mesmo e renitente tema, seja o vilão um programa de computador, ou seja um perverso mago intergaláctico que sonha em destruir o universo, é apresentada, sempre em formato de maravilhosa novidade!, a velha e conhecida luta entre Deus e o diabo, onde há sempre um vilão simplesmente maléfico. Adequou-se então o Lobo da primeira versão aos padrões atuais de criação/consumo, arrancando toda a sua libertinagem para torna-lo apenas mal e útil a obrigatória atuação do homem/deus dentro da conhecida fórmula de criação.
Perdem-se com esta nova medida velha de criação algumas preciosas discussões. Não há hoje tanto espaço para a discussão do sexo como acredito que deveria existir em uma sociedade que seu autodenomina avançada. Discutir nossa simbologia é importante para compreendermos os fatos sociais, a nossa situação em relação às instituições, os poderes que seguimos e os dogmas que carregamos. O formato simplista para o qual o consumo em massa empurra o processo de criação alicerça de uma forma negativa o debate dos nossos símbolos nos dias de hoje. A simbologia humana é complexa, recheada de nuances em seus formatos e rica em leituras. Já o consumo em massa, trabalha com produtos que possuem possíveis boas leituras, mas que tornam-se, à custa de suas repetições extenuantes, infinitamente mais pobres. Nas duas versões de Chapeuzinho Vermelho nota-se o contraste: na primeira versão há símbolos como o pão e o leite que Chapeuzinho carrega representando respectivamente o alimento essencial e a abundância/fertilidade ligados à imagem da mulher mítica que perpetua a espécie humana e que carrega consigo a vida gerada pelo sexo; já na versão atual, Chapeuzinho Vermelho encarna, antes de qualquer outra leitura, a donzela frágil e indefesa que só sobrevive pelo auxílio do homem/deus representado pelo caçador.
Há, também, os dois Lobos que ambos os textos apresentam: o da primeira versão é o personagem que transforma, é aquele que carrega a força do sexo que mudará a Chapeuzinho virgem para a Chapeuzinho mulher fértil. É o lobo quem dá a Chapeuzinho a ordem de atirar as vestes ao fogo, numa clara alusão a regeneração, Chapeuzinho ao atirar sua roupas ao fogo livra-se de todos os seus conceitos para readquiri-los novos, refeitos, preparando-a para sua nova forma, seu novo ciclo, ciclo este que mudará novamente com a chegada da velhice e a tornará infértil novamente (a imagem da infertilidade representada pela Vovó também sofre uma mudança, ou seja, dá seu último passo dentro da vida feminina quando o Lobo, no seu papel de personagem da mudança, a mata, selando o final do ciclo); já o Lobo da versão atual não demonstra esse papel objetivamente, o que ele significa de forma mais explicita é apenas a encarnação do mal. Na versão atual o Lobo não exerce mudança, pois o homem/deus salva a Vovó ao retira-la das entranhas do Lobo morto.
A versão atual ao matar o Lobo mata também toda a sua função transformadora, relegando-o apenas ao diabólico, e inserindo em seu lugar o inimigo perpétuo e necessário para a fórmula simplista do Bem contra o Mal, todo o resto fica implícito e transgredido.
O que a fábula atual produz como referência é a imagem do mítica do homem/deus que carrega consigo o poder da imortalidade ao destruir a mudança representada pelo Lobo. Aparece aqui, o grande medo do humamo: a morte. Quando o caçador retira a Vovó das entranhas do Lobo, ele demonstra, ao transgredi-lo, todo o medo do homem em encarar o final do seu ciclo de vida. É uma solução que não discuti o problema, apenas o marginaliza, tornando claro o medo do ser humano em encarar a morte como acontecimento irreversível e comum a todos. O papel do Lobo na primeira versão demonstra algo que nos é comum: a mudança. Ao destruir o Lobo que transforma e reapresenta-lo apenas na imagem do diabólico, perde-se toda a simbologia principal da fábula, pois ao final da primeira versão Chapeuzinho é devorada, concretiza-se então mais uma mudança com o surgimento da nova Chapeuzinho fértil e o fim da Chapeuzinho virgem. Toda esta simbologia é comum a todas as mulheres, e sendo assim, mais rica em leituras. A segunda versão por sua vez esconde esses símbolos, deixando apenas uma fuga rasa ao mundo real e cheio de mudanças que o Lobo carrega, e empurrando o leitor a um final fugidio e obscuro, onde tudo se resolve sob a intervenção divina do homem.
Há desde muito uma luta, vivida pelo ser humano, em entender seus ciclos de vida, neste caso as duas versões nos apontam dois caminhos diferentes: um baseado em nossas reais experiências e outro baseado em uma força superior à nossa, e superior às forças da vida e da natureza. A primeira versão pode ser julgada como mais aberta ao debate e às leituras; a segunda nos subjuga ao poder do homem/deus que está além da natureza e da vida. A primeira versão é mais próxima ao ser humano comum, mais real, mais honesta com os nossos conhecimentos; a segunda por sua vez é irreal, pertence a um outro mundo, outra "realidade", que é totalmente distante da realidade humana e muito parecida com o que assistimos hoje nas salas de cinema: superproduções repletas de efeitos especiais irreais, distantes da nossa vida, que remetem o olhar mais atento à percepção de uma fuga desesperada da realidade.
Não tenho a intenção de desclassificar esse tipo de criação artística comandada por regras de consumo que podemos ou não concordar. O que me interessa é que, ao invés disso, traga-se à tona a outra forma para o possível confronto. O que acontece hoje com o consumo em massa é exatamente o contrário, adota-se um formato único para produção cultural (a diversidade não é lá muito amiga do consumo em massa, ela é mais dada aos arquétipos como os da mesmice oca da luta do Bem contra o Mal, sem nem ao menos discuti-los) e empurra-se todos contra o muro intransponível dos produtos de consumo em massa. O interessante então seria disponibilizar, ao grande público, todas as versões e não apenas uma constante perpétua. Há hoje, com o advento da sociedade digital, o acesso a uma maior quantidade de versões e leituras de uma mesma obra, tornando mais visível a "Ditadura do Gosto" da qual somos vítimas. A diversidade cultural inexiste ao grande público atualmente. Hoje estamos todos a mercê das opções que o mercado cultural nos oferece, principalmente o cinematográfico, e, o que o mercado (principalmente o cinematográfico) nos oferece é basicamente uma fórmula gasta e repleta de falsas soluções.
Na primeira versão, há uma alusão a essa falsa moral quando o Gato julga a atitude de Chapeuzinho, ao beber o sangue e comer a carne da Vovó, como a de uma "menina perdida". O texto faz uma menção aos conceitos morais de uma certa parte da sociedade que o gato representa, e, que está inscrustada aos conceitos de criação da chamada indústria de entretenimento. O gato da primeira versão é um símbolo ligado ao poder, representando no texto certo conceitos sociais que sempre brotam do poder como: recriminar qualquer ação que vá contra os "bons costumes estabelecidos". O Gato da fábula incorpora estes "bons costumes estabelecidos" e julga Chapeuzinho como uma "menina perdida", censurando a chegada de sua fertilidade e a falta de pudor da sua entrega ao ciclo do sexo, pois Chapeuzinho adquire, ao beber o sangue e comer a carne da Vovó, o conhecimento da sua sexualidade ignorada até então, a sexualidade é transmitida pela carne e o sangue da mulher velha e infértil para o corpo da mulher jovem e fértil. Essa leitura é rejeitada por boa parte dos segmentos sociais da sexofóbica sociedade Judaico-Cristã, que abominam a descoberta feminina do sexo e que a repelem de maneira que Chapeuzinho torna-se a "menina perdida" logo após entregar-se ao Lobo libertino. Não é permitida então a descoberta do sexo fora dos preceitos religiosos do que é certo ou errado, a descoberta física do sexo não é assumida, acontece sempre obscuramente e não a olhos vistos como na fábula, o que leva o Gato fazer um juízo de valor de Chapeuzinho e dirigir-lhe tão duro argumento. Ora, se já nos tempos da França do século XVIII isso era visto com tal olhos, é fato então que não avançamos muito desde lá. O que ocorre hoje não difere em muito do que pensou aquele "gatinho do século XVIII", quando é dito por alguns segmentos sociais, como: a igreja.
O falso moralismo que o Gato carrega serve como bela metáfora dos conceitos atuais que o mercado de entretenimento estampa em sua carranca esculpida pelas mãos do poder. Um exemplo atual seria o desenho de Aladim feito pelos estúdios Disney. No desenho, Aladim cantarolava uma música onde era descrita a sua terra natal (Oriente Médio), e uma das descrições feitas era relacionada à índole árabe com algo mais ou menos assim: "Esta é a terra onde se cortam as orelhas e corre sangue nos rios". Não se assuste caro leitor. Afirmo-lhe que era algo bem próximo a isso que o ingênuo herói cantava em alto e bom tom, aliás tom, ou tons que depois transformam-se em lugar comum na música mundial também, que os nossos ouvidos o digam. Claro que algumas instituições foram contra a música e depois houve um certo reajuste da mesma, o que mostra o comportamento manco das tais indústrias de entretenimento. Pois então, passado o susto, lembro-lhe que o mercado de entretenimento sempre demonstrou seus interesses claramente, e seus interesses neste caso era demonstrar quão ruins são todos os árabes, os quais por mera obra do acaso estavam envolvidos em conflito com os EUA, deixando no meio de toda esta demonstração de afeto uma boa fatia da população mundial, atingida incessantemente pela divulgação em massa do tal desenho, numa clara demonstração de onde podemos chegar se seguirmos o cortejo do féretro com seu empolado cadáver que o consumo em massa produz.
Esse é um outro exemplo de como uma criação subjuga outra. Hoje, para as crianças que assistiram ao desenho, fica a lembrança de um adolescente (uma versão mais frágil do homem/deus citado acima, mas que não foge muito à velha receita) que suprimiu o menino da primeira versão da fábula, de uma macaco no lugar que a mãe de Aladim ocupava na primeira versão (suprimir a mãe de Aladim da primeira versão não deixa de ser uma metáfora muito interessante, ainda mais se ela é trocada por uma macaco) e tamém apagar com muito cuidado toda a sexualidade e beleza adulta descritas na princesa do primeiro conto, entre outras "pequenas" alterações.
O que é quase totalmente suprimido nestes casos é a possível missão impossível de compararmos as versões atuais com as versões antigas, ou melhor, desaparecem as versões e em seu lugar ficam outras mais "adequadas" ao mercado de consumo em massa.
Destarte o mecanismo de criação atual oferece às fábulas, a cultura e ao folclore de cada povo, nada mais que o limbo do descaso, tornando o que muitos meios de comunicação chamam de "ARTE" em um gigantesco lugar comum. A globalização dos fábulas é interessante, mas creio que deva existir uma preocupação com as suas matrizes, pois é nestas matrizes que estão incrustadas importantíssimas memórias culturais.
Fica então, para os interessados, uma leitura mais rica de nossas experiências nos contos de Darnton e de outros autores, pois, como ele, há outras fontes que sugerem uma outra visão deste mundo apresentado hoje em muitas de nossas fábulas, uma visão que se comparada as outras pode demonstrar coisas diferentes na sua simbologia. Clamo por mais diversidade para, ao invés seguir apenas pelo caminho das agulhas, conhecer também onde vai dar o dos alfinetes