quinta-feira, novembro 08, 2007

[ poema do desamor contínuo ]




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[ poema do desamor contínuo ]




[ poema do desamor contínuo ]
. . . . .. . . . . . . .. ... .. . . . .
não é certo que me exiles
que das tuas mãos
nada cresça
senão as pedras
o tecido desgastado do silêncio
está já esticado
à beira da ruptura
um arco demasiado tenso
que arrisca rebentar-me
nos braços
este solo pisado e magoado
vezes sem conta
suspira já o cansaço
de ser ruína ponte
tateando lugar nenhum
senão o degredo
a que me votas
não posso mais
- porque não posso -
dar-me a este desconsolo
nem a noite é já suficiente
para que qualquer coisa
se resgate
agora quero apenas
a calma
ou
alguma coisa parecida
um rumor imprevisto
improvável
tudo menos este silêncio
esta brutalidade
com que pela indiferença
me aniquilas. ... . . .

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:: exílios #1 ::
o templo uma montanha que desaba o arco livre os interstícios do deserto por entre o negro se desfaz a luz em blocos uma ruína no lugar do silêncio.

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:: a ferida aberta ::


Nunca li atentamente o reflexos de azul eléctrico até hoje. gostei deste post. sobre ele deambulo e divago. a própria palavra 'ferida' acende em mim uma brasa incandescente de fascínio. pela sonoridade, pelas imagens que evoca e recria. então adicionemo-lhe a palavra 'sal' e teremos alcançado a mais exata pungência da palavra sobre a pele. isto é, quem é que - perante o sal na ferida - não se cobre de ardências fundas e dolorosas, ou não sente que o mar inteiro se esvai por entre as frestas abertas da alma ferida? De tudo faço ferida. e não é que goste que me doa. é, talvez, uma estranha aproximação ao primordial. a isto ocorre-me acrescentar o espanto do gigantesco engano ao olhar as feridas um dia - latentes ou adormecidas ou curadas - e perceber que são marcas de um inferno improvável, por nós inventado.
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