domingo, novembro 11, 2007

A pele



Agora tu vais, e leva o coração nas mãos.

Protege-o das intempéries, que se avizinha o frio do inverno e a chuva não é um lugar feito para os músculos cardíacos.

Vais e depois, quando eu olhar para as tuas costas à distância, terás partido para sempre - eu que fingi não estar quando a tua sombra assomou à soleira da minha porta.

Vais e não mais teremos um céu que nos cubra aos dois, nem a norte nem a sul.

Vais, porque o nosso tempo acabou, muito cedo foi tarde demais, e esse coração que levas na mão não resistirá ao frio e à chuva, mais um ano ou dois em silêncio, até que eu sofra de novo o inconveniente de lembrar-te.

Estou a aprender. mas ainda só os mortos sabem morrer.

"-------------------------------------------------------------------------------------

Nenhum comentário: