É a preguiça, acima de tudo, o princípio gerador do caos que me sustenta.
E não é sem um certo incômodo que percebo a sua ação devastadora perante o tempo que passa, e subitamente me vejo mais próximo do limiar do tempo perdido.
" Tarde demais " é a expressão mais triste de qualquer língua.
No torpor da preguiça, há meses incontáveis que não visito o livro dos dias , que não me passeio pelos jardins do Palácio, que não vou ao cinema, que não leio jornais. só ia onde fosse a minha âncora. hoje, a tristeza de navegar à deriva é ainda assim uma promessa de liberdade, e o desejo de mergulhar finalmente no mundo que me espera. preguiçoso e ignorante é este pontinho. fui uma vez na vida à Casa das Artes, ver um filme que detestei. será compreensível?
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