terça-feira, março 15, 2005

poesias ,poesias

É O SILÊNCIO ( Pedro kilkerry )

É o silêncio, é o cigarro, é a vela acesa
Olho-me a estante em cada livro que olha
E a luz nalgum volume sobre a mesa
E o sangue da luz em cada folha
Não sei se é mesmo a minha mão que toca
A pena, ou mesmo o instinto que a tem presa
Penso um presente, num passado e enfolha
A natureza, tua natureza
Mas é o bulir das coisas... Comovido
Pego da pena, iludo-me que traço
A ilusão de um sentido, e um outro sentido
Tão longe vai!
Tão longe se aveluda esse teu passo
Asa que meu ouvido anima
E a câmara muda, e a sala muda, muda...
Áfonamente rufa , a asa da rima
Paira-me no ar. Quedo-me como um buda!
Novo. Um fantasma e o som que se aproxima
Cresce-me a estante como quem sacud
Um pesadelo de papéis acima
Abro a janela. Ainda a lua se esfia.
Ùltimas notas trêmulas. O dia
Tarde florecerá pelas montanhas
E oh, minha amada, o amor é cego!
Compartilham na dor a aranha
Patas de um gato e asas de um morcego.
( Aline Vandrack )





******************************************************************************************************************************************






A obcessão do sangue

Acordou vendo sangue. Horrível !
O osso frontal em fogo. Ia talvez morrer
Olhou se no espelho.Era tão moço!
Ah certamente não poderia ser!

Levantou-se. E eis que viu antes do almoço
Nas mãos dos açogueiros a escorrer
Fita rubra de sangue muito grosso
A carne que ele havia de comer

E no inferno da visão alucinada
Viu montanhas de sangue enchendo estradas
Viu vísceras vermelhas pelo chão

E amou com um berro bárbaro de gozo
O monocromatismo monstruoso
Daquela universal vermelhidão.

( Augusto dos Anjos )





******************************************************************************************************************************************







A LEBRE & O VIADANTE
_________________________



CERTA VEZ EM UMA FLORESTA APARECE UM VIAJANTE FERIDO E MUITO SOFRIDO ,
ELE ESTAVA PERCEPTIVELMENTE ABALADO E COM UM SUSPIRO DESMAIOU DE FOME VENDO ISSO OS ANIMAIS PARARAM E RESOLVERAM AJUDAR O POBRE VIAJANTE

A RAPOSA ,HÁBIL CORREU ENTRE AS VIDES E ÁRVORES TROUXE-LHE UVAS E FRUTAS ; O URSO ,GRANDE E PODEROSO , PESCOU E TROXE-LHE PEIXES ,E A LEBRE ,O MENOR E ÚNICO QUE NÃO TINHA GRANDES PODERES QUERENDO AJUDAR O VIAJANTE SE LANÇOU NO FOGO ,OFERECENDO SEU PRÓPIO CORPO AS CHAMAS , MORRENDO EM SACRIFÍCIO PARA SACIAR A FOME DO VIAJANTE .
ESSA FOI A FORMA COM QUE A TODOS AJUDARAM O VIAJANTE : A RAPOSA COM SUAS UVAS , O URSO COM A SUA PESCA E A LEBRE COM SUA PRÓPIA VIDA .......






******************************************************************************************************************************************

MENDIGOS



Mendigos! Ah! São mendigos Mendigos de plaga nova,
Que voltam de vãos caminhos, De novas terras e mares,
Que atravessam perigos, Divinizados na cova
Urzes, pântanos e espinhos. Como as hóstias nos altares.

Que chegam desiludidos Mendigos de grande esmola
Das portas a que bateram: Da luz das estrelas nobres,
Humanos, grandes gemidos Que fulge e dos altos rola,
Que nos tempos se perderam. Entre as suas mãos tão pobres!

Que voltam como partiram, Mendigos de céus remotos,
Com mais amargor na volta De sóis dos mais velhos ouros
E mais sonhos que se abriram Com sua fé e seus votos
Nas estrelas da recolta.
E seus secretos tesouros.

Mendigos ricos no entanto. Mendigos de olhar severo,
Das pombas da natureza Boca murcha, meio amarga,
E das auréolas do Encanto, Tendo um vago revérbero
Os vinhos da sua mesa. De sonhos na fronte larga.

Mendigos que o sol, apenas, Mendigos de ínvias florestas
Torna nababos felizes, E de bosques fabulosos,
Torna um pouco mais serenas De melancólicas sestas
As convulsas cicatrizes. Nos crepúsculos brumosos

Mendigos que acham requinte Mendigos da Eternidade
Na fumaça de um cachimbo, Tremendo dos sóis, dos frios,
Deixando que labirinte Nas mortalhas da saudade
O sonho em tão leve nimbo. Amortalhados sombrios

Mendigos da luz da Aurora Mendigos dos Infinitos
Cantando celestemente
Das esferas inefáveis,
Fresca, límpida, sonora Notambulando malditos
Pelas fanfarras do Oriente
Nos rumos imponderáveis.

Mendigos de áureas estradas Mendigos de fome e de sede
De sonâmbulas veredas,
De água e pão dos outros mundos
De riquezas encantadas,
Embalados pela rede
Sem pedrarias e sedas
Dos idealismos profundos.

Mendigos de estranho aspecto
Mendigos de azul mistério,
E sempterna vigília,
Cuja alma - nívea sereia
Filhos nômades, sem teto,
Fica saciada no aéreo
Da milenária família.
Pão branco da lua cheia

Mendigos que erram eternos
Sem fadigas e sem sono
Sob o augúrio dos Infernos
Das ilusões sobre o trono.

( CRUZ E SOUZA )







******************************************************************************************************************************************

pedir perdão

Eu conheci um garoto de poucos anos chamdo Ye-Tang que entrou para o templo shaw-lin , quando ele completou nove anos ele ganhou um novo mestre , e toda vez que ele errava ele chegava ao mestre e mestre não aplicava nenhum castigo ,só esigia que ele pedisse perdão !
certa vez o jovem estava na biblioteca do templo olhando certos manuscritos e esbarrou na lâmpada que estava próxima e o fogo da lâmpada se alastrou por quase todo o templo de shaw-lin !
Ye-Tang fugiu e coreu o mais rápido possível mas então ele se lembrou do mestre e retornou para pedir perdão mas.. então lhe disseram que ele não poderia pedir mais perdão pois o mestre havia entrado às chamas para procurá-lo e havia morrido entre as chamas procurando por ele ...


DESDE ENTÃO YE-TANG NUNCA MAIS PEDIU PERDÃO ...







******************************************************************************************************************************************



TANGO DEL VIUVO


Oh maligna , ya habrás hallado la carta , ya habras llorado de fúria , y habrás insultado el recuerdo de mi madre llamnadola perra podrida y madre de perros , ya habrás bebido sola , solitaria ,el té del atardecer mirando mis viejos zapatos vacios para siempre y ya no poderás recordar mis enfermidades , mis sueños mis comidas , sin maldecirme en voz alta como si estuviera alí aún quejándome del trópico , de los coolies corringhis , de las venenosas fiebres que me hicieram tanto daño y de los espantosos ingleses que odio todavia .



Maligna , la verdade qué noche tan grande , que tierra tan sóla!
He llegado otra vez a los dormitórios solitários ,
a almozar en los restaurantes comida frie , y otra vez tiro al suelo los pantalones
y las camisas no hay perchas en mi habitación , ni retratos de nadie en las paredes .

cuánta sombra de la que hay en mi alma daría por recobrarte , y qué amenazadores me parecen los nombres de los meses , y las palabra invierno qué sonido de tambor lúgubre tiene .

Enterrado junto ao cocotero halláras más tarde el cucchillo que escondí allí por temor de que me mataras , acostumbrado al peso de tu mano y al brillo de tu pie :


Bajo la humedad de la tierra , entre las sordas raíces , de los lenguajes humanos el pobre sólo sabria tu nombre , y las espesa tierra no comprende tun nombre hecho de impenetrables substancias divinas .

Así como me aflige pensar en el claro dia de tu piernas recostadas como detenidas y duras aguas solares , y la golondrina que durmiendo y volando vive en tus ojos , y el pero de furia que asilas en el corazón , así tambiém veo las muertes que están entre nosotros desde
Ahora,
Y respiro en el aire la ceniza y lo detruido ,el largo espacio que me rodea para siempre .

Daria este viento del mar gigante por tu brusca respiración oída en largas noches sin mezcla de olvido , uniendose a la atmósfera como el látigo a la piel de caballo.
Y por oírte orinar , enla escuridad ,en el fondo de la casa ,como viertiendo una miel delgada , trémula ,argentina , obstina , cuánta veces entregaría este coro de sombras que poseo , yel ruido de espadas inutiles que se oye en mi alma , la paloma de sangre que está solitária en mi frente llamando cosas desaparecidas seres desaparecidos , substancias extrañamente inseparables y perdidas .