quarta-feira, novembro 23, 2005

sou comunista e socialista e daí.....


SOCIALISMO

Preferimos explicar o socialismo de uma forma geral e correta e para isso não poderemos seguir diretamente para o assunto sem explicarmos sobre o comunismo em tão vamos explicar o comunismo em primeiro lugar :
Doutrina e sistema econômico e social baseados na propriedade coletiva dos meios de produção. Tem como ideal a primazia do interesse comum da sociedade sobre o de indivíduos isolados. Esta noção surge já na Antiguidade. Em seu livro A República , o filósofo grego Platão (427 a.C.?-347 a.C.?) defende a propriedade comum dos bens para anular o conflito entre o interesse privado e o do Estado. Mas é no pensamento cristão que surgem os primeiros ideais comunistas para toda a população. Esses ideais acompanham a civilização cristã na Idade Média e no Renascimento. As grandes utopias sobre o comunismo surgem nos séculos XVI e XVII. Em 1516, o pensador e estadista inglês Thomas More (1477-1535) escreve o livro Sobre o Melhor Estado e sobre a Nova Ilha Utopia, mais conhecido como Utopia. Nele não há menção à propriedade comum, mas a estrutura social proposta é um comunismo embrionário.
Bandeira da ex-URSS
Comunismo marxista – O Manifesto Comunista , escrito em 1848 pelos pensadores alemães Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), afirma que o comunismo seria o estágio final da organização político-econômica humana. A sociedade viveria num coletivismo, sem divisão de classes nem a presença de um Estado coercitivo. Para chegar ao comunismo, os marxistas prevêem um estágio intermediário de organização, o socialismo, que instala uma ditadura do proletariado para garantir a transição. Essa ditadura promove a destruição completa da burguesia, abole as classes sociais e desenvolve as forças de produção, de modo que cada indivíduo dê uma contribuição segundo sua capacidade e receba segundo suas necessidades. Para os marxistas, a construção de uma situação de abundância permitiria a supressão dos salários e a extinção total do Estado.
Karl Marx
Governos comunistas – Em 1917, a Revolução Russa instala no poder os defensores do comunismo. Sob a liderança do russo Vladimir Lenin (1870-1924), é estabelecida a ditadura do proletariado e o Partido Comunista controla o governo com o objetivo de fazer a transição entre o capitalismo e o socialismo. Os princípios e métodos adotados são conhecidos como leninismo. Com a morte de Lenin, assume o político Josef Stalin (1879-1953). Ele suprime a oposição, promove a coletivização da terra, a industrialização acelerada, o planejamento centralizado e controla os partidos comunistas de todo o mundo. Sua política é chamada de stalinismo.
Lenin discursando : Revolução Russa
Após a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), os países do Leste Europeu tornam-se comunistas, depois de serem liberados do nazismo pelo Exército soviético. Em 1949, os comunistas liderados por Mao Tsé-tung (1893-1976) tomam o poder na China. O sistema espalha-se por vários países do Sudeste Asiático (Índia, em 1941; Mianmá, Malásia, Indonésia e Coréia do Norte, em 1948; Vietnã do Norte em 1954; Laos e Camboja, em 1970; e Vietnã do Sul, em 1975), da África (Benin, em 1972; Guiné-Bissau, em 1974; Angola e Moçambique, em 1975) e Cuba, em 1959.
Do ponto de vista político e econômico o comunismo seria a etapa final de sistema que visa a igualdade social e a passagem do poder político e econômico para as mãos da classe trabalhadora. Para atingir este estágio, deveria-se passar pelo socialismo, uma fase de transição onde o poder estaria nas mãos de uma burocracia, que organizaria a sociedade rumo à igualdade plena, onde os trabalhadores seriam os dirigentes.
Diferentemente do que ocorre no capitalismo, onde as desigualdades sociais são imensas, o socialismo é um modo de organização social no qual existe uma distribuição equilibrada de riquezas e propriedades, com a finalidade de proporcionar a todos um modo de vida mais justo.
Sabe-se que as desigualdades sociais já faziam com que os filósofos pensassem num meio de vida onde as pessoas tivessem situações de igualdade tanto em seus direitos como em seus deveres; porém, não é possível fixarmos uma data certa para o início do comunismo ou do socialismo na história da humanidade. Podemos, contudo, afirmar que ele adquiriu maior evidência na Europa, mais precisamente em algumas sociedades de Paris, após o ano de 1840 (Comuna de Paris).
Na visão do pensador e idealizador do socialismo, Karl Marx, este sistema visa a queda da classe burguesa que lucra com o proletariado desde o momento em que o contrata para trabalhar em suas empresas até a hora de receber o retorno do dinheiro que lhe pagou por seu trabalho. Segundo ele é somente com a queda da burguesia que será possível a ascensão dos trabalhadores.
A sociedade visada aqui é aquela sem classes, ou seja, onde todas as pessoas tenham as mesmas condições de vida e de desenvolvimento com os mesmos ganhos e despesas. Alguns países, como a União Soviética ( atual Rússia ), a China, Cuba e Alemanha Oriental adotaram estas idéias no século XX. Porém, após algum tempo, e por serem a minoria num mundo voltado ao para o lucro e acúmulo de riquezas, passaram por dificuldades e viram seus sistemas entrarem em colapso. Foi a União Soviética que iniciou este processo, durante o governo de Mikail Gorbachov ( final de década de 1980), que implantou um sistema de abertura econômica e política ( Glasnost e Perestroika ) em seu país. Na mesma onda, o socialismo foi deixando de existir nos países da Europa Oriental.
Atualmente, somente Cuba, governada por Fidel Castro, mantém plenamente o sistema socialista em vigor. Mesmo enfrentando um forte bloqueio econômico dos Estados Unidos, o líder cubano consegue sustentar o regime, utilizando, muitas vezes, a repressão e a ausência de democracia.
A consolidação da ordem burguesa, industrial e capitalista na Europa do século XIX produziu profundas transformações no mundo do trabalho. As precárias condições de vida dos trabalhadores, as longas jornadas de trabalho, a exploração em larga escala do trabalho feminino e infantil, os baixíssimos salários, o surgimento de bairros operários onde conforto e higiene inexistiam, eram apenas algumas das contradições geradas pela nova sociedade capitalista.
É dentro desse contexto que se desenvolve a teoria socialista. Trata-se ao mesmo tempo, de uma reação aos princípios da economia política clássica e às práticas do liberalismo econômico que, nessa época, serviam de referencial teórico ao desenvolvimento do capitalismo.
Os pensadores socialistas entendiam que a produção capitalista, estabelecida a partir da propriedade privada dos meios de produção e da exploração do trabalho assalariado, era incapaz de socializar a riqueza produzida. Pelo contrário, o capitalismo tendia à máxima concentração da renda, não apenas pelo avanço contínuo do progresso da técnica aplicada à produção mas, também, e principalmente, pelo fato de se apropriar do excedente das riquezas, produzidas pelos trabalhadores.
O Socialismo Utópico
A necessidade de modificações profundas na sociedade foi expressa, inicialmente, pelos chamados socialistas utópicos. Suas idéias, desenvolvidas na primeira metade do século XIX, de uma maneira geral, se distinguiram por propor certas mudanças desejáveis, visando alcançar uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna, sem, no entanto, apresentar de maneira concreta os meios pelos quais essa sociedade se estabeleceria, pois não fizeram uma análise crítica da evolução da própria sociedade capitalista. Tais considerações seriam desenvolvidas mais tarde por Karl Marx e Friedrich Engels.
Dentre os principais "teóricos" do socialismo utópico, destacam-se:
- Charles Fourier - propunha a organização da sociedade em "falanstérios", onde se reuniriam todos os segmentos sociais: proprietários, operários e até mesmos capitalistas, que colocariam suas propriedades e força de trabalho em posse comum, recebendo ações proporcionais ao valor de sua contribuição. Essa "comunidade modelo", verdadeiro hotel de veraneio repleto de oficinas de passatempo, não chegou sequer a sair do papel. Fourier, que não foi levado à sério no seu tempo, não encontrou ninguém disposto a financiar o primeiro "falanstério".
- Robert Owen - capitalista, dono de várias fábricas, mas sinceramente preocupado com os problemas sociais, tomou atitudes que o inserem na lista dos utópicos: construção de casas para seus funcionários; participação nos lucros de suas empresas; redução da jornada de trabalho para 10,5 horas por dia (em outro locais era 13,14 horas/dia); fundação de escolas para filhos de seus empregados. Propôs, além disso, a organização da sociedade em cooperativas de operários. Chegou, inclusive, a tentar aplicar suas idéias implantando uma colônia em Indiana, Estados Unidos, denominada "New Harmony", não conseguindo êxito, entretanto. Destacou-se muito mais, segundo alguns autores, como um "patrão esclarecido" do que propriamente como um socialista utópico.
- Louis Blanc - defendia a interferência do Estado para modificar a economia e a sociedade. Imaginava a criação de "Ateliers" ou "Oficinas Nacionais", que associariam trabalhadores que dedicavam-se às mesmas atividades, onde, com o apoio do Estado, a produção não enfrentaria concorrência de grandes empresas.
- Saint Simon - preocupado com o problema da direção moral da sociedade, o conde de Saint-Simon desejava a planificação da economia, visando sobretudo beneficiar as classes trabalhadora. A indústria, afirmava ele, deveria voltar-se para atender aos interesses da maioria, notadamente dos mais pobres.
- Proudon - combatia seus próprios colegas de pensamento socialista, pois, acreditando que a reforma da sociedade deve ter como principio básico a justiça, entendia que dentro do próprio capitalismo estava a solução. Poder-se-ia, segundo seu pensamento, criar o "capitalismo bom". Acreditava que não é na produção que estão as falhas do sistema, mas na circulação. Defendia o "crédito sem juros", feito através de bancos populares ; isso permitia que os operários adquirissem os meios de produção e se traduziria na libertação da classe trabalhadora. Contradizia-se, no entanto, ao afirmar que "toda propriedade é um roubo."
Em síntese, o "socialismo utópico" pode ser definido como um conjunto de idéias que se caracterizaram pela crítica ao capitalismo, muitas vezes ingênua e inconsistente, buscando, ao mesmo tempo, a igualdade entre os indivíduos. Em linhas gerais, combate-se a propriedade privada dos meios de produção como única alternativa para se atingir tal fim. A ausência de fundamentação científica é o traço determinante dessas idéias. Pode-se dizer que seus autores, preocupados com os problemas de justiça social e igualdade, deixavam-se levar por sonhos. Não foi por acaso que Karl Marx denominou os socialistas utópicos de "românticos".
Os princípios básicos do socialismo utópico podem ser resumidos assim:
- crítica ao liberalismo econômico, sobretudo à livre concorrência.
- formação de comunidades auto-suficientes, onde os homens, através da livre cooperação, teriam sus necessidades satisfeitas.
- organização, em escala nacional, de um sistema de cooperativas de trabalhadores que negociariam, entre si, a troca de bens e serviços.
- atuação do Estado que, através da centralização da economia, evitaria os abusos típicos do capitalismo.
O Socialismo Científico ou Marxista
Reagindo contra as idéias espiritualistas, românticas, superficiais e ingênuas dos utópicos, Karl Marx (1818 - 1883) e Friedrich Engels (1820 - 1895) desenvolveram a teoria socialista, partindo da análise crítica e científica do próprio capitalismo. Ao contrário dos utópicos, Marx e Engels não se preocuparam em pensar como seria uma sociedade ideal. Preocuparam-se, em primeiro lugar, em compreender a dinâmica do capitalismo e para tal estudaram a fundo suas origens, a acumulação prévia de capital, a consolidação da produção capitalista e, mais importante , suas contradições. Perceberam que o capitalismo seria, inevitavelmente, superado e destruído. E, para eles, isso ocorreria na medida em que, na sua dinâmica evolutiva, o capitalismo, necessariamente, geraria os elementos que acabariam por destruí-lo e que determinariam sua superação. Entenderam, ainda, que a classe trabalhadora agora completamente expropriada dos meios de subsistência, ao desenvolver sua consciência histórica e entender-se como uma classe revolucionária, teria um papel decisivo na destruição da ordem capitalista e burguesa.
Marx e Engels afirmaram, também, que o Socialismo seria apenas uma etapa intermediária, porém, necessária, para se alcançar a sociedade comunista. Esta representaria o momento máximo da evolução histórica do hom, momento em que a sociedade já não mais estaria dividida em classes, não haveria a propriedade privada e o Estado, entendido como um instrumento da classe dominante, um vez que no comunismo não existiriam classes sociais. Chegar-se-ai portanto, à mais completa igualdade entre os homens. Para eles isso não era um sonho, mas, uma realidade concreta e inevitável. Para se alcançar tais objetivos o primeiro passo seria a organização da classe trabalhadora.
A teoria marxista, expressa em dezenas de obras, foi claramente apresentada no pequeno livro publicado em 1848, O Manifesto Comunista. Posteriormente, a partir de 1867, foi publicada a obra básica para o entendimento do pensamento marxista: O Capital, de autoria de Marx. Os demais volumes, graças ao esforço de Engels, foram publicados após a morte de Marx.
Os princípios básicos que fundamentam o socialismo marxista podem ser sintetizados em quatro teorias centrais: a teoria da mais-valia, onde se demonstra a maneira pela qual o trabalhador é explorado na produção capitalista; a teoria do materialismo histórico, onde se evidencia que os acontecimentos históricos são determinados pelas condições materiais (econômicas) da sociedade; a teoria da luta de classes, onde se afirma que a história da sociedade humana é a história da luta de classes, ou do conflito permanente entre exploradores e explorados; a teoria do materialismo dialético, onde se pode perceber o método utilizado por Marx e Engels para compreender a dinâmica das transformações históricas. Assim como, por exemplo, a morte é a negação da vida e está contida na própria vida, toda formação social (escravismo, feudalismo, capitalismo) encerra em si os germes de sua própria destruição.
Karl Marx
Marx, Karl Heinrich (Trier, 5 de maio de 1818 - Londres, 14 de março de 1883.) Cientista social, historiador e revolucionário, Marx foi certamente o pensador socialista que maior influência exerceu sobre o pensamento filosófico e social e sobre a própria história da humanidade. Embora em grande pane ignorado pelos estudiosos acadêmicos de sua época, o conjunto de idéias sociais, econômicas e políticas que desenvolveu conquistou, de forma cada vez mais rápida, a aceitação do movimento socialista após sua morte, em 1883. Quase metade da população do mundo vive hoje sob regimes que se pretendem marxistas. Esse mesmo sucesso, porém, significou que as idéias originais de Marx foram, com freqüência, obscurecidas pelas tentativas de adaptar seu significado a circunstâncias políticas as mais variadas. Além disso, como decorrência da publicação tardia de muitos de seus escritos, só em época relativamente recente surgiu a oportunidade de uma apreciação justa da sua estatura intelectual.
Marx nasceu em uma família de classe média, de situação confortável, em Trier, às margens do rio Mosela, na Alemanha. Descendia de uma longa linhagem de rabinos, tanto da parte materna quanto paterna, e seu pai, embora fosse intelectualmente um racionalista de formação tipicamente iluminista, que conhecia Voltaire e Lessing de cor, só concordara em ser batizado como protestante para não se ver privado de seu trabalho como um dos mais conceituados advogados de Trier.
Aos 17 anos, Marx matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Bonn e mostrou-se sensível ao romantismo que ali predominava: havia ficado noivo pouco antes de Jenny von Westphalen, filha do barão von Westphalen, figura destacada da sociedade de Trier e que havia despertado em Marx o interesse pela literatura romântica e pelo pensamento político de Saint-Simon. No ano seguinte, o pai de Marx mandou-o para a Universidade de Berlim, maior è mais seria, onde ele passou os quatro anos seguintes e abandonou o romantismo em favor do hegelianismo que predominava na capital naquela época.
Marx participou ativamente do movimento dos Jovens Hegelianos. Esse grupo, que contava com figuras como Bauer e Strauss, estava produzindo uma crítica radical do cristianismo e, implicitamente, uma oposição liberal à autocracia prussiana. Quando o acesso à carreira universitária lhe foi vedado pelo governo prussiano, Marx transferiu-se para o jornalismo e, em outubro de 1842, foi dirigir, em Colônia, a influente Rheinische Zeitung (Gazeta Renana), jornal liberal apoiado por industriais renanos. Os incisivos artigos de Marx, particularmente sobre questões econômicas, levaram o governo a fechar o jornal, e o seu diretor resolveu emigrar para a França.
Ao chegar a Paris em fins de 1843 Marx estabeleceu rapidamente contato com grupos organizados de trabalhadores alemães que haviam emigrado e com as várias seitas de socialistas franceses. Também dirigiu os Deutsch-französische Jahrbücher (Anais franco-alemães), publicação de vida efêmera, que pretendia ser uma ponte entre o nascente socialismo francês e as idéias dos hegelianos "radicais alemães. Durante os primeiros meses de sua permanência em Paris, Marx tomou-se logo comunista convicto e começou a registrar suas idéias e novas concepções em uma série de escritos que mais tarde ficariam conhecidos como Oekonomisch-philosophischen Manuskripte (Manuscritos econômicos e filosóficos), mas que permaneceram inéditos até cerca 'de 1930. Nestes manuscritos, Marx esboçava uma concepção humanista do comunismo, influenciada pela filosofia de Feuerbach e baseada num contraste entre a natureza alienada do trabalho no capitalismo e uma sociedade comunista na qual os seres humanos desenvolveriam livremente sua natureza em produção cooperativa. Foi também em Paris que Marx iniciou a colaboração com Friedrich Engels que durada toda sua vida.
Em fins de 1844, Marx foi expulso da capital francesa e transferiu-se (com Engels) para Bruxelas, onde passou os três anos seguintes, tendo nesse período visitado a Inglaterra, que era então o pais industrialmente mais adiantado do mundo e onde a família de Engels tinha interesses na fiação de algodão em Manchester. Em Bruxelas, Marx dedicou-se a um estudo intensivo da história e criou a teoria que veio a ser conhecida como a concepção materialista da história. Essa concepção foi exposta num trabalho (também só publicado postumamente), escrito em colaboração com Engels e conhecido como Die Deutsche Ideologie (A ideologia alemã, cuja tese básica é a de que "a natureza dos indivíduos depende das condições materiais que determinam sua posição". Marx esboça, nessa obra, a história dos vários modos de produção, prevendo o colapso do modo de produção vigente - o capitalista - e sua substituição pelo comunismo. Ao mesmo tempo em que escrevia essa obra teórica, Marx participou intensamente da atividade política, polemizando, em Misère de la Philosophie (Miséria da filosofia), contra o socialismo de Proudhon, autor de Philosophie de la misère (Filosofia da miséria), que considerava idealista, e ingressando na Liga Comunista, organização de trabalhadores alemães emigrados sediada em Londres da qual se tornou, juntamente com Engels, o teórico principal. Na conferência da Liga realizada em Londres em fins de 1847, Marx e Engels receberam a incumbência de escrever um manifesto comunista que fosse a expressão mais sucinta das concepções da organização. Pouco depois que Das Kommunistische Manifest (Manifesto comunista ) foi publicado em 1848, uma onda de revoluções varreu a Europa.
Em princípios de 1848, Marx transferiu-se novamente para Paris, onde a revolução eclodira primeiro, e em seguida para a Alemanha, onde fundou, de novo em Colônia, o periódico Neue Rheinische Zeitung (Nova Gazeta Renana). O jornal, que teve grande influência, sustentava uma linha democrática radical contra a autocracia prussiana, e Marx dedicou suas principais energias à sua direção, já que a Liga Comunista havia sido praticamente dissolvidas. Com a onda revolucionária, porém, o jornal de Marx froi proibido e ele buscou asilo em Londres, em maio de 1849, para começar a "longa e insone noite de exílio" que deveria durar o resto de sua vida.
Ao fixar-se em Londres, Marx mostrava-se otimista em relação à iminência de uma nova onda revolucionária na Europa: voltou a participar de uma liga Comunista renovada e escreveu dois extensos folhetos sobre a revolução de 1848 na França, e suas conseqüências, intitulados Die Klassenkämpfe in Frankreich 1848-1850 (As lutas de classe na França de 1848 a 1850) e Der Achtzehnt Brumaire des Löuis Bonaparte (O Dezoito Brumário de Luís Bonaparte). Convenceu-se, porém, em pouco tempo de que "uma nova revolução só era possível em conseqüência de uma nova case" e dedicou-se ao estudo da economia política, com o propósito de determinar as causas e condições dessa crise.
Durante a primeira metade da década de 1850, a família Marx viveu num apartamento de três peças no bairro de Soho, em Londres, em condições de grande pobreza. Ao chegar a Londres, a família já tinha quatro filhos, e dois outros nasceram pouco depois. Destes, apenas três meninas sobreviveram ao período do Soho. A principal fonte de renda de Marx nessa época (e posteriormente) era Engels, que tinha bons rendimentos com o negócio de algodão de seu pai em Manchester. Essa renda era suplementada por artigos semanais que Marx escrevia, como correspondente estrangeiro, para o jornal norte-americano New York Daily Tribune. Heranças recebidas em fins da década de 1850 e princípios da década de 1860 tornaram um pouco melhor a situação financeira da família de Marx, mas só a partir de 1869 ele pôde dispor de uma renda suficiente e constante, que lhe foi assegurada por Engels.
Não é de surpreender que a importante produção teórica de Marx sobre economia política tenha feito progressos lentos. Em 1857-1858, ele tinha já redigido um gigantesco manuscrito de 800 páginas, esboço inicial de uma obra em que pretendia ocupar-se do capital, da propriedade agrária, do trabalho assalariado, do Estado, do comércio exterior e do mercado mundial. Esse manuscrito, conhecido como Grundrisse der Kritik der Politischen Ökonomie (Esboços da crítica da economia política), só foi publicado em 1941. No início da década de 1860, Marx interrompeu seu trabalho para escrever três grossos volumes intitulados Theorien über den Mehrwert (Teorias da Mais-Valia), em que examinava criticamente o pensamento de seus antecessores na reflexão teórica sobre a economia política, particularmente Adam Smith e David Ricardo. Só em 1867 pode Marx publicar os primeiros resultados de seu trabalho no primeiro livro de Das Kapital (O Capital), dedicado ao estudo do processo capitalista de produção. Nele, desenvolveu sua versão da teoria do Valor trabalho e suas concepções da Mais-Valia e da Exploração, a qual acabada por levar, por efeito da TENDÊNCIA DECRESCENTE DA TAXA DE LUCRO, o colapso do capitalismo . O segundo e o terceiro livros de O Capital estavam em grande parte inacabados na década de 1860, e Marx trabalhou neles pelo resto de sua vida. Foram publicados postumamente por Engels.
Uma das razões por que Marx levou tanto tempo para escrever O Capital foram o grande tempo e a energia que dedicou à Primeira Internacional, para cujo Conselho Geral foi eleito quando de sua fundação em 1864. Marx atuou de maneira incansável particularmente na preparação dos congressos anuais da Internacional a na liderança da luta contra a ala anarquista, chefiada por Bakunin. Embora tivesse vencido a disputa, a transferência da sede do Conselho Geral de Londres para Nova York, em 1872, que apoiou, levou ao rápido declínio da Internacional. O acontecimento político mais importante durante a existência da Internacional foi a Comuna da Paris de 1871, quando os cidadãos da capital, na esteira da guerra franco-prussiana, rebelaram-se contra seu governo e tomaram a cidade por um período de dois meses. Sobre a sangrenta repressão dessa revolta, Marx escreveu um dos seus mais famosos folhetos, Der Burgerkrieg in Frankreich (A guerra civil em França), defesa entusiasta das atividades e objetivos da Comuna. Na última década de sua vida, a saúde de Marx entrou em acentuado declínio, e ele tornou-se incapaz do esforço continuado de síntese criativa que havia caracterizado, de maneira tão evidente, sua obra até então. Conseguiu, apesar disso, fazer comentários substanciais sobre a política contemporânea, em especial sobre a Alemanha e a Rússia. Quanto à primeira, opôsse, em sua Kritik des Gothaer Programms (Crítica do Programa de Gotha), à tendência de seus seguidores Wilhelm Liebknecht e August Bebel a fazer concessões ao socialismo de Estado de Ferdinand Lassalle, no interesse de um partido socialista unificado. Na Rússia, em correspondência com Vera Zassulitch, previu a possibilidade de que o país saltasse a fase capitalista de desenvolvimento e edificasse o comunismo com base na propriedade comum da terra, característica do mir das aldeias russas. Marx via-se, porém, cada vez mais acometido por doenças e viajava regularmente para estações balnearias na Europa e até mesmo na Argélia, em busca de recuperação. As mortes de sua filha mais velha e de sua mulher ensombreceram os últimos anos de sua vida.
A contribuição de Marx para nossa compreensão da sociedade foi imensa. Seu pensamento não é o sistema abrangente desenvolvido por alguns de seus seguidores sob o nome de MATERIALISMO DIALÉTICO. A própria natureza dialética da sua abordagem dá a esse pensamento um caráter experimental e aberto. Além disso, registra-se com freqüência uma tensão entre o Marx ativista político e o Marx estudioso de economia política. Muitas de suas previsões sobre o futuro do movimento revolucionário não se confirmaram até agora. Mas a ênfase que atribuiu ao fator econômico na sociedade e sua análise das classes sociais tiveram, ambas, enorme influência sobre a história e a sociologia.
Vladimir Ilitch Ulianov Lenin
Lenin ( Vladimir Ilitch Ulianov Lenin ), estadista russo (Simbirsk na atual Ulianovsk 1870 - Gorki, perto de Moscou, 1924). Estudante de direito em St. Petersburg, entrou em contato com os círculos marxistas e tornou-se discípulo de Plekhanov, que encontrou na Suíça em 1895. Condenado a três anos de exílio na Sibéria (1897-1900) por sua ação revolucionária, casou com a militante marxista Nadejda Krupskaia e redigiu diversas obras, entre as quais Razvitie kapitalizma v Rossii (Desenvolvimento do capitalismo na Rússia) (1899). Posto em liberdade, instalou-se na Suíça (1900), onde fundou o jornal Iskra (A centelha); separou-se de Plekhanov, por causa de tática a seguir, o que, em 1903, provocou uma cisão entre os bolcheviques (majoritários), sob sua direção, e os mencheviques (minoritários), que seguiram Plekhanov.
Por ocasião da revolução de 1905, retornou á Rússia (novembro) e apoiou a greve geral de Moscou. Após o fracasso dessa revolução, opôs-se aos mencheviques, afirmando que o proletariado russo faria sozinho a revolução.
Forçado a deixar a Rússia (dezembro de 1907), residiu a maior pane do tempo em Genebra ou em Paris. Fundou o jornal Pravda (A verdade). Contra o revisionismo dos sociais-democratas alemães, redigiu sua obra Materializm i empiriokritcism (Materialismo e empírio-criticismo) (1909). Encarou a primeira guerra mundial como uma luta entre os imperialismos rivais pela partilha do mundo (Imperializm kak noveichikh etap kapitalizma [O imperialismo, etapa superior do capitalismo], 1917) e desejou fazer da guerra entre nações uma guerra entre classes. Após a queda do czarismo, voltou à Rússia com o acordo do governo alemão (3 de abril de 1917). Publicou no Pravda as "teses de abril": paz imediata, o poder para os sovietes, as fábricas para os operários e as terras para os camponeses. A repressão das sublevações bolcheviques pelo governo provisório obrigou Lenin a fugir para a Finlândia, onde escreveu Gossudarstve i revolutsia ( O Estado e a revolução [ agosto de setembro de 1917] ), em que prediz o desaparecimento do Estado depois da vitória da ditadura do proletariado. Em face do agravamento da situação política na Rússia, assumiu a direção da insurreição bolchevique (7 de novembro ou 25 de outubro pelo antigo calendário). Nomeado presidente do conselho dos comissários do povo, nacionalizou as grandes propriedades rurais e as indústrias, estabeleceu a ditadura do proletariado e assinou a paz em separado de Brest-Litovsk (3 de março de 1918). Transferiu a capital para Moscou (12 de março de 1918) e inaugurou a política dita "comunismo de guerra"; depois, em julho de 1918, fez aprovar pelo V Congresso dos Sovietes a primeira constituição da república federativa dos sovietes da Rússia. Enfrentou a contra-revolução, que recebeu apoio do exterior (1918-1921). Tornou-se o chefe do movimento revolucionário mundial e constituiu a 1ª Internacional (março de 1919). As dificuldades internas obrigaram-no a aplicar, a partir de 1921, nova política econômica (a N.E.P.* [Novaia Ekonomitcheskaia Politikaj), que assinalou um retorno parcial e provisório ao capitalismo privado. Em 1922, transformou o antigo império russo em União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.). Morreu em conseqüência dos efeitos de um atentado que sofrera em 1922.
Ernesto "Che" Guevara
Rosário 1928-Higueras, Bolivia, 1967. Com dois anos de idade Ernesto Guevara de La Serna desenvolveu asma a qual sofreu a vida inteira então sua família se mudou para Alta Gracia que era uma região mais úmida o que era menos prejudicial para o jovem Ernesto.
Sua mãe, Celia de la Serna foi responsável por quase toda sua educação primária, isso em casa. Ainda muito jovem ele teve os primeiros contatos com os livros como os de Marx, Engels e Freud, que eram da biblioteca de seu pai, isso antes do 2º Grau ( equivalente ao do Brasil ). Foi opositor a Guerra Civil da Argentina e com a ditadura neo-facista de Juan Peron. Esses fatos influenciaram infinitamente para a formação do jovem Ernesto.
Estudou medicina em Buenos Aires. No começo para entender sua própria doença ( asma ), mas depois começou a se tornar mais interessante. Antes de terminar o curso, viajou por grande parte da Argentina com uma bicicleta equipada de um motor de 25 cilindradas. Depois com um amigo ele viajou pela América Latina para conhecer suas estruturas econômicas (1951) e teve contato com algumas tribos de índios. De volta a Buenos Aires terminou seus estudos e fez doutorado em dermatologia (1953).
Foi a Bolívia para estudar os intentos de reforma agraria e passou a correr vários países, passou na Guatemala, a onde apoiou Jacóbo Arbenz e tentou formar um grupo armado para organizar a resistência contra a invasão norte-americana (1954).
Foi ao México aonde conheceu Fidel Castro e os exilados cubanos do "Movimento 26 de julho", a que se uniu para combater a ditadura de Batista. Participou do desembarque do iate "Granma" (dez. 1956) e foi um dos doze sobreviventes que organizaram as guerrilhas na Sierra Maestra. Por méritos de guerra foi nomeado comandante. Ao comando da coluna Ciro Redondo, invadiu Las Villas e, após atravessar toda a ilha, junto com a coluna de Camilo Cienfuegos ocupou Havana (jan. 1959).
No novo governo revolucionário, ocupou o cargo de diretor do serviço de industria do Instituto Nacional de Reforma Agraria e posteriormente o de presidente do banco nacional, o de responsável pelas finanças do país (1959-1961), e o de ministro da Industria (1961-1965).
Representando o governo revolucionário realizou varias viagens por países afro-asiáticos e socialistas (Checoslovaquia, U.R.S.S., China popular, etc.). Presidiu a Delegación Cubana na Conferencia de Punta del Este (1961) e no seminário de planificação de Argel (1963). Após uma volta pela África negra, de volta a Cuba, desapareceu da vida pública e, poucos meses depois, Castro veio a conhecer sua renuncia a todos os cargos e sua partida da ilha. Após uma estadia no Congo como instrutor das guerrilhas de Sumialot e Mulele (1965-1966) iniciou um foco guerrilheiro na Bolívia que foi dizimado pelo exercito dirigido e apoiado pelos Rangers norte-americanos. Ferido e feito prisioneiro foi executado.
As idéias e a prática de Guevara abrangem um amplo espetro da vida política contemporânea: Guerra de Guerrilhas (Relatos da guerra revolucionaria em Cuba [1961] e Diário de Campaña na Bolivia [1968]); dependência latino-americana (Intervenção em Punta del Este, [1964]); transição ao socialismo (Polêmica com Bettelheim [1965]); internacionalismo e luta anti-imperialista (Criar dois, três, muitos Vietnã [1966]) constituem o âmbito em que se moveu a atividade do líder revolucionário.
"O Estado é a negação da humanidade!! Mikhail Bakunin
Em artigo bastante contundente e expressivo, Errico Malatesta, discípulo italiano do russo Bakunin, discorre sobre o que é e o que se deve fazer "Rumo à Anarquia".
Em primeiro lugar, deve-se desprezar concepções errôneas segundo as quais "anarquia" seria sinônimo de "bagunça". Anarquia é ausência de governo e mesmo de atividade parlamentar; que os agentes políticos devem atuar diretamente em busca de manter e ampliar todas as formas de participação nos aspectos decisórios da sociedade em que vivem. Ação Direta, aliás, é o nome que adotam várias organizações anarquistas pelo mundo afora.
Segundo Diz-nos Malatesta em seus "Escritos Revolucionários" que "Se quiséssemos substituir um governo por outro, isto é, impor a vontade anarquista aos outros, bastaria, para isso, adquirir a força material indispensável para abater os opressores e colocarmo-nos em seu lugar * Mas, ao contrário, a Anarquia, isto é, uma sociedade fundada sobre o livre e voluntário acordo, na qual ninguém possa impor sua vontade a outrem, onde todos possam fazer como bem entenderem e concorrer voluntariamente para o bem-estar geral. Seu triunfo só poderá ser definitivo quando universalmente os homens não mais quiserem ser comandados ou comandar outras pessoas e tiverem compreendido as vantagens da solidariedade para saber organizar um sistema social no qual não mais haverá qualquer marca de violência ou coação".
A atividade do anarquista, no pensamento do socialismo utópico(em sua sublime acepção de conquista da Esperança possível)
Normalmente a anarquia não é violenta mas a controvérsias pode ser repentina, apesar de normalmente ser gradual, pedagógica, passo a passo iniciando-se pelo desejo desmensurado de liberdade e depois o desejo de quebra do sistema de autoridade e hierarquia no poderio..
Segundo diz-nos o socialismo utópico : não se trata de chegar à anarquia hoje, amanhã ou em dez séculos, mas caminhar seguramente rumo à anarquia hoje, amanhã e sempre. A anarquia é a abolição do roubo e da opressão do homem pelo homem, quer dizer, abolição da propriedade privada dos meios materiais e espirituais de produção e do governo formal; a anarquia é a destruição da miséria, da superstição e do ódio entre as pessoas. Portanto, cada golpe desferido nas instituições da propriedade privada dos meios de produção e do governo é um passo rumo à anarquia. Cada mentira desvelada, cada parcela de atividade humana subtraída ao controle da autoridade, cada esforço tendendo a elevar a consciência popular e a aumentar o espírito de solidariedade e de iniciativa, assim com a igualar as condições é um passo a mais rumo à anarquia."
Os surrealistas, que há anos estão unidos aos anarquistas afirmam ainda que cada vez que um casal se une e sua união não é uma fancaria, mas a autêntica expressão do verdadeiro amor entre duas pessoas que se completam plenamente, ocorre mais um abalo no que chamam de "gigantesca caserna" em que se tornou a sociedade industrial. "O ocidente é um acidente!" denuncia Roger Garaudy em "Apelo aos Vivos" com a autoridade de quem sempre esteve nos pontos mais avançados de defesa política e filosófica do que promove o humano no mundo.
Seguindo com Malatesta: "Não podemos, de pronto, destruir o governo existente, talvez não possamos amanhã impedir que sobre as ruínas do atual governo um outro surja: mas isto não nos impede hoje, assim como não nos impedirá amanhã, de combater não importa que governo, recusando-nos a submetermos à lei sempre que isto seja contrário aos nossos imperativos de consciência. Toda a vez que a autoridade é enfraquecida, toda a vez que uma grande parcela de liberdade é conquistada e não mendigada, é um progresso rumo à anarquia. Da mesma forma, também é um progresso toda a vez que consideramos o governo como um inimigo com o qual nunca se deve fazer trégua, depois de nos termos convencido que a diminuição dos males por ele engendrados só é possível pela redução de suas atribuições e de sua força, não pelo aumento no número de governantes ou pelo fato de serem eles eleitos pelos governados. E por governo entendemos todo o indivíduo ou grupo de indivíduos, no Estado, Conselhos etc. que tenha o direito de fazer impor leis injustas sobre quem com elas não concorda".
Contundente e radical, repita-se, Malatesta e toda a tradição anarquista que lhe segue proporá a chegada a um governo auto-gestionário, do qual todos possam participar livremente. Um sistema auto-gestionário que possibilite participar livre e alegremente de todo o processo decisório e de execução do que terá sido decidido coletivamente, para que se chegue ao maior aperfeiçoamento social promotor do humano no mundo. Toda a vitória, por menor que seja, dos trabalhadores sobre as classes patronais, todo o esforço contra a exploração do homem pelo homem, toda a parcela de riqueza subtraída aos proprietários e posta à disposição daqueles que a geraram, toda a união amorosa plena entre duas pessoas que se amam intensa e sinceramente, tudo o que se fizer para melhorar as condições existenciais da maioria enfim, será mais um progresso, mais um passo rumo à anarquia, "este sonho de justiça e de amor entre os homens..."


o, recusando-nos a submetermos à lei sempre que isto seja contrário aos nossos imperativos de consciência. Toda a vez que a autoridade é enfraquecida, toda a vez que uma grande parcela de liberdade é conquistada e não mendigada, é um progresso rumo à anarquia. Da mesma forma, também é um progresso toda a vez que consideramos o governo como um inimigo com o qual nunca se deve fazer trégua, depois de nos termos convencido que a diminuição dos males por ele engendrados só é possível pela redução de suas atribuições e de sua força, não pelo aumento no número de governantes ou pelo fato de serem eles eleitos pelos governados. E por governo entendemos todo o indivíduo ou grupo de indivíduos, no Estado, Conselhos etc. que tenha o direito de fazer impor leis injustas sobre quem com elas não concorda".
Contundente e radical, repita-se, Malatesta e toda a tradição anarquista que lhe segue proporá a chegada a um governo auto-gestionário, do qual todos possam participar livremente. Um sistema auto-gestionário que possibilite participar livre e alegremente de todo o processo decisório e de execução do que terá sido decidido coletivamente, para que se chegue ao maior aperfeiçoamento social promotor do humano no mundo. Toda a vitória, por menor que seja, dos trabalhadores sobre as classes patronais, todo o esforço contra a exploração do homem pelo homem, toda a parcela de riqueza subtraída aos proprietários e posta à disposição daqueles que a geraram, toda a união amorosa plena entre duas pessoas que se amam intensa e sinceramente, tudo o que se fizer para melhorar as condições existenciais da maioria enfim, será mais um progresso, mais um passo rumo à anarquia, "este sonho de justiça e de amor entre os homens..."
Sendo assim anarquismo siguinifica a queda do governo e da religião e o anti-cléricalismo ....
E isto é uma das coisas que traz ainda hoje sobre a anarquia e seus ideais a perseguição e preconceito descriminativo .... (gerados sobre as ações radicalistas de anarquistas do passado)
Mas em suma anarquia nada mais é que o anti-cléricalismo aliado com o ideal utópico e revolucionário das bases socialistas irracionalisadas e o anticléricalismo












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